
O Negócio
O Negócio engrandece o mercado cada dia mais fértil e apurados das séries brasileiras, mostrando que um projeto ousado – não apenas pela abordagem de cunho sexual – alicerçado por um olhar sensível e apurado é possível construir uma identidade fílmica própria e redefinir padrões
Por Feminino e Além
Com quase três anos de atraso pude conferir mais uma superprodução da HBO, a quem eu serei eternamente grato por ter me presenteado em 2008 com a série Alice. Assistir um produto de temporadas contínuas, como O Negócio na contramão da audiência ao vivo tem seus riscos e desvantagens (como a influência de opiniões e os inconvenientes spoilers, por exemplo), mas por outro lado, nos permite fazer uma análise mais consistente e imparcial.
A série que tem produção da HBO Latin América em parceria com a produtora Mixer, parte de uma temática constantemente explorada em outros formatos dramatúrgicos (como as novelas e os filmes), ainda assim consegui com êxito contribuir de forma significativa no processo de desconstrução da prostituição no mercado audiovisual. A sinopse e a condução de O Negócio ousa na execução do enredo e tenta fugir da lente estereotipada que costuma predominar na maioria das abordagens. Entretanto da mesma forma que colabora na quebra do discurso instituído anteriormente durante anos, a série glamoriza essa realidade ao fazer um recorte extremamente positivista e mercadológico isento de adversidades violentas e repulsivas, que são comuns e latentes nessa profissão.
Méritos
A produção cuidadosa e minimalista reafirma a qualidade artística e diferenciada das séries com “grife HBO”, vistas anteriormente em Filhos do Carnaval, Alice… Continue lendo