Wagner Assis e Marcel Souto – Foto de Daniel Behr
“A transformação de um homem, quando encarada de forma verdadeira, pode valer a pena a qualquer momento de sua vida”
Três anos depois de sua primeira entrevista para a Coluna Cultura Pop e Etc., Wagner de Assis volta a ser destaque em nosso site. O diretor, que é um dos responsáveis pelo mega sucesso que o filme “Nosso Lar” fez em 35 países, agora está em contagem regressiva para a estreia de “Kardec” a partir do dia 16 de maio em circuito nacional.
O longa-metragem é baseado na obra do jornalista carioca Marcel Souto Maior e já tem crítica publicada aqui no site.
Wagner de Assis conversou comigo sobre como surgiu a ideia do filme, quais as maiores dificuldades que teve em tirar o projeto do papel, como aconteceu a escolha dos atores e algumas curiosidades sobre as gravações. Vamos lá?
Confira a entrevista:
Coluna Cultura Pop e Etc.: Como surgiu a ideia do filme sobre Allan Kardec?
Wagner de Assis: Eu estava ainda trabalhando na carreira do “Nosso Lar”, pensando em sua continuação, quando o Marcel Souto Maior me contou que estava trabalhando na biografia do Kardec. Me surpreendi como leitor, interessado pelo tema. Mas logo depois ele me propôs levar a história ao cinema. E isso foi muito mais surpreendente ainda. Quando a Conspiração Filmes anunciou publicamente, alguns meses depois, que tinha listado o Kardec como um personagem que gostariam de contar a história, não titubeei e entrei em contato com o Leonardo Monteiro de Barros. Nosso acerto foi muito rápido e, então, o projeto começou.
Coluna Cultura Pop e Etc.: Uma curiosidade que muitas pessoas devem ter é saber se você é espírita. Como foi o seu primeiro contato com o Espiritismo?
Wagner de Assis: Me considero um espírita cristão ecumênico. Gosto de conhecer todas as religiões e filosofias que ajudem as pessoas a se encontrarem, se conhecerem, se libertarem espiritualmente. Não me lembro como conheci o Espiritismo. Mas, desde criança ia a centros com a família, embora também frequentasse a escola católica.
Kardec o filme
Coluna Cultura Pop e Etc.: Quais as principais dificuldades que você teve em relação ao filme?
Wagner de Assis: Fazer cinema nunca é simples, rápido ou fácil. Todas as dificuldades inerentes à logística de filmar no exterior foram muitas. Paris é uma cidade visitada por 5 milhões de pessoas por mês! Imagina fechar ruas, pontes, pra filmar lá? Fazer filme de época é uma dificuldade mais especial ainda – tudo precisa estar dentro dos milhares de detalhes que compõem aquele tempo específico – no nosso caso, século XIX, em Paris. uma cidade bem diferente da Paris de hoje. Direção de arte, figurino, fotografia, tudo tem que ser muito mais elaborado em filme de época.
Coluna Cultura Pop e Etc.: Como aconteceu a escolha dos atores?
Wagner de Assis: Da forma mais natural possível – e, claro, ao mesmo tempo, sempre com aqueles momentos mágicos que nos surpreendem quando olhamos o elenco caracterizado e vemos o personagem em nossa frente. Leonardo Medeiros é um grande ator e, mesmo que depois de termos acertado tudo, descobrirmos que ele era sobrinho-neto do doutor Eurípedes Barsanulfo. Então, sabíamos que a nossa escolha tinha sido acertada. Sandra Corveloni idem, é uma atriz que está entre as melhores dessa geração. Tem o tempo certo do cinema, constrói personagens muito intensamente. Genézio de Barros é uma força cênica. Letícia Braga, com quem trabalhei no filme A Menina Indigo, demonstra que tem um super talento que vai lhe guiar por toda a vida. Tivemos ainda Julia Konrad, Guilherme Piva, Leo Franco, Lousie D’Tuani, Julia Svacinna, Guida Vianna, enfim, todos vieram por seus talentos e capacidades artísticas.
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Coluna Cultura Pop e Etc.: Aconteceu algum fato que remeta à Espiritualidade Superior durante as filmagens ou na fase pré-produção?
Wagner de Assis: Sempre acontecem pequenas coisas que nos possibilitam diferentes interpretações. Mas achar uma oração presa na caixa de eletricidade da casa onde iríamos filmar o Kardec foi uma surpresa e tanto.
Coluna Cultura Pop e Etc.: Qual a mensagem que esse filme traz ao público?
Wagner de Assis: A transformação de um homem, quando encarada de forma verdadeira, pode valer a pena a qualquer momento de sua vida. O filme mostra como um professor cético, racional, movido por bom senso, se deixou apreciar um fenômeno até então inexplicável – as mesas girantes – e resolveu, baseado em um método próprio, racional sempre, investigar as origens daqueles fenômenos. Isso é uma mudança e tanto. Ele troca de nome, de vida, literalmente. Em nome de sua Verdade. E isso o leva adiante. Espero que essa história possa emocionar e fazer pensar.
Coluna Cultura Pop e Etc.: Qual a sua expectativa para esse lançamento?
Wagner de Assis: O exercício mental nessa hora é deixar a expectativa em pausa e ativar o botão da surpresa. Tudo que vem é para o bem. E que seja o melhor possível.
Coluna Cultura Pop e Etc.: Como está sendo a receptividade do público nesta fase de divulgação pré-lançamento?
Wagner de Assis: Absolutamente positiva, estão todos ansiosos, assim como eu, para que o dia 16 de maio chegue logo. E, ao mesmo tempo, já se mobilizando para comprar ingressos antecipadamente, o que é um marco para filmes com essa temática. Que todos possam ser multiplicadores dessa história.
Coluna Cultura Pop e Etc.: Você já tem planos para os próximos filmes? Pode nos contar algo?
Wagner de Assis: Quero terminar finalmente o financiamento do “Nosso lar 2 – Os Mensageiros”, a continuação do outro filme, baseado nos livros “Os Mensageiros” e “Obreiros da Vida Eterna”, da série do André Luiz com o Chico Xavier. E estou preparando também a primeira biografia de um espírito – o “Emmanuel”, mentor do Chico Xavier.