Nerve – Um Jogo Sem Regras
“Na história, o suposto jogo que dá nome a história concede a anônimos a oportunidade de ficarem famosos no mundo virtual ao oferecer diversas provas e desafios que eles devem cumprir”
Por João Paulo Barreto
A partir de uma premissa que emula outras obras que possuem supostos jogos em seu eixo central, mas cujas camadas apresentam temas mais profundos de análise do comportamento humano, como Vidas em Jogo de David Fincher e O Sobrevivente, clássico podreira estrelado por Arnold Schwarzenegger nos anos 1980 e baseado em um conto de Stephen King, Nerve – Um Jogo Sem Regras, como seu óbvio subtítulo nacional entrega, traz pessoas competindo em provas absurdas pelas quais recompensas em dinheiro lhes são oferecidas, além de um destaque no mundo virtual que lhe confere status de celebridade entre os outros jogadores e entre os observadores atentos aos movimentos de cada um através das telas do celular.
Trata-se de uma obra interessante, que acerta na crítica a uma sociedade paranoicamente mais preocupada com as quantidades de likes que possui no facebook/instagram ou em como é vista pelas pessoas que a cercam nas redes sociais do que com as que, realmente, se fazem presentes em sua vida. Porém, como fogo em pólvora, a chama de criatividade se esvai muito rápido. Com uma roupagem pop e direção enérgica, o longa da dupla Henry Joost e Ariel Schulman (que já havia dirigido os esquecíveis Atividade Paranormal 3 e 4) cria um ritmo intenso, em um formato quase de videoclipe, que tem a intenção, claro, de dialogar com o público alvo de seu filme: adolescentes cuja vida tem muito a ver com as necessidades supostamente reais.