Aniquilação
Dirigido e roteirizado por Alex Garland. Baseado em Annihilation, de Jeff VanderMeer. Elenco: Natalie Portman, Jennifer Jason Leigh, Gina Rodriguez, Tessa Thompson, Tuva Novotny, Oscar Isaac
Por Gabriella Tomasi
Alex Garland é um diretor que gosta de explorar os efeitos da inteligência artificial no ambiente humano. Questionando a robótica em Ex_Machina (2015), seu novo longa disponível na Netflix, Aniquilação, se relaciona com a genética e evolução das espécies, mas ambos têm um elemento chave aplicável às suas histórias: a falta de controle e a ausência de explicações para alguns fenômenos por parte do ser humano. Neste sentido, Garland pouco se importa com seus personagens ou com o rumo que a narrativa ou a história vai levar, mas ao contrário, a jornada em si é que se torna a principal alegoria daquilo que se deseja passar.
O cineasta, então, habilmente traz uma narrativa instigante e atraente com muita influência na estética de Kubrick em 2001: Uma Odisséia no Espaço (1968), principalmente no que tange ao inexplicável e sobrenatural. Na realidade, as semelhanças são tantas que ouso a afirmar se o ceticismo experimentado por Garland não seria o mesmo que Kubrick vivenciou na época, antes de sua obra se tornar um clássico do cinema. Dentre elas, está o design de produção todo filmado em grande profundidade de campo, a fim de detalhar um ambiente completamente fantasioso, mas de modo bastante realista para aproximar seu espectador.
Na trama, Lena (Portman), uma bióloga especialista em mutação genética decide se alistar para uma missão junto com outras quatro cientistas para investigar um fenômeno denominado de “O Brilho”, no qual uma cortina de luz separa o universo real e um universo desconhecido que aparentemente tem origem em um farol em uma cidade na costa norte-americana… Continua a leitura