Cinema

Crítica Divaldo – O Mensageiro da Paz: lições sobre o espiritismo

Divaldo – O Mensageiro da Paz3

Filme está em cartaz nos cinemas do país e conta a história de um dos mais respeitados nomes do espiritismo no Brasil, Divaldo Franco

A doutrina espírita foi contemplada neste ano com duas produções cinematográficas das mais significativas, ao menos no campo simbólico. Kardec, o filme que apresenta ao país o homem que deu vida ao que chamamos hoje em dia de espiritismo, e Divaldo – O Mensageiro do Amor (em cartaz na Rede UCI Orient Cinemas) que mostra em detalhes como tem sido a jornada de bondade do baiano Divaldo Franco, provavelmente o grande divulgador vivo desta doutrina.

Se em Kardec o tom do filme foi mais didático e soturno, em Divaldo o destaque vai para uma mistura entre momentos engraçados, que são muitos, e momentos mais dramáticos, do ponto de vista do medo que uma pessoa possa sentir ao saber que há espíritos em volta de seu mundo corpóreo.

Sim, há por todo o filme momentos em que Divaldo tem que se deparar com um dos maiores medos que qualquer ser humano possui, que é o de se encontrar com espíritos. Porém, se tivermos que pensar em qual mensagem deve ficar após assistir a biografia do médium baiano, a mensagem certamente será a da bondade. Ser bom, praticar o bem, e exercitar a bondade, independente da religião que siga, da doutrina que estude ou do Deus que acredite. O ato de fazer o bem para alguém é muito mais forte que qualquer outra coisa, e se há uma coisa que ficou do filme de Divaldo é que o biografado escolheu, durante toda a sua jornada aqui na Terra, praticar o bem.

Neste sentido, ser mensageiro da paz, e da bondade, faz do filme uma boa experiência cinematográfica não somente para quem segue a doutrina, mas para quem quer buscar inspirações para a sua vida. Ela pode estar difícil, a caminhada pode ter percalços, perdas e dramas, mas estes elementos nunca devem se sobressair na sua vida, mas sim a esperança, a bondade e a busca por conhecimento, seja o conhecimento acadêmico, seja o conhecimento espiritual.

A doutrina espírita
Esse é um dos aspectos do filme, que retrata não somente uma figura extremamente importante da doutrina, mas que apresenta esta para todas as pessoas que a desconhecem. E apresenta com detalhes, como em uma das primeiras cenas do filme, quando Divaldo, ainda bem jovem, recebe um passe, que é o nome que se dá no Espiritismo à imposição de mãos. Segundo os adeptos desta doutrina, visa promover a doação de supostas bioenergias de um indivíduo ao outro.

Divaldo – O Mensageiro da Paz3

Outra característica apresentada no filme é de que o Espiritismo requer do seu adepto muito conhecimento, e muito estudo, e novamente uma das cenas de Divaldo ilustra este pensamento, que é quando o médium, já começando a ficar conhecido no país, é convidado a falar num centro espírita de Sergipe e chegando lá, percebe que a falta de estudo quase o prejudica, por conta de energias não tão boas de espíritos obsessores.

Uma das perspectivas mais interessantes do filme se dá na escolha do roteiro em apresentar toda a jornada de Divaldo junto com a de um espírito obsessor, que busca vingança por situações acontecidas centenas de anos atrás, em vidas passadas vivenciadas por eles.

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Perspectiva cinematográfica
Saindo de um direcionamento mais em torno da doutrina e entrando numa vibe cinematográfica, Divaldo possui um roteiro que conversa bem com todos os públicos, desde o jovem, que vai achar muita graça de vários momentos do filme, sobretudo daqueles que lidam com o medo que nós, humanos, sentimos do desconhecido, até o mais velho, que vai de alguma forma se ver dentro da história de vida de um dos médiuns mais importantes de nossa história.

Outro grande destaque do roteiro é a relação de amizade de Divaldo e Nilson, seu grande amigo, companheiro de jornada, e que teve seu devido destaque no filme. Além de Nilson, outro elemento central no roteiro é o que apresenta a relação de Divaldo com a sua guia, no caso Joanna de Ângelis, interpretada de maneira bem convincente por Regiane Alves.

Outro nome fundamental para o sucesso do filme é Marcos Veras, que interpreta o espírito obsessor, que forma com Divaldo e Joanna o tripé que dá sustentação ao roteiro, e que torna o filme interessante do ponto de vista do ensinamento de uma doutrina, deixando para outra parte do elenco a responsabilidade de colocar humor e leveza, fazendo de Divaldo uma experiência cinematográfica leve e ao mesmo tempo relevante.

Divaldo – O Mensageiro da Paz3

Com uma direção competente, um elenco bem escolhido e um roteiro que consegue unir a vida de Divaldo enquanto espírita com a vida de um personagem normal, com seus medos e sonhos, o filme chega em 2019 como uma peça muito importante para servir de exemplo em tempos confusos. Não se apegar ao que nos diferenciam, mas sim ao que nos une. Talvez esta seja uma das mais bonitas ideias observadas em Divaldo, que desde sempre pregava o bem, pregava a paz, e pregava o amor.

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