Cinema

Crítica Os Mercenários 3: nostalgia pouca é bobagem

Os Mercenários 3

Filme recheado de ícones dos anos 1980 entrega a menos divertida das três tramas já filmadas; contudo, ainda é uma alegria revê-los

Em uma das primeiras sequências de Os Mercenários 3 (filme de Patrick Hughes), Silvester Stallone, Jason Statham, Dolph Lundgren e Wesley Snipes estão dentro de um avião, pondo a conversa em dia, logo após o grupo ter resgatado o personagem de Snipes, bem no começo da história, numa das cenas mais explosivas do filme. Essa parte é interessante pelo fato de já explicar porque a experiência de ver mais uma sequência do projeto capitaneado por Stallone é tão bacana: são tantos ícones das últimas décadas no cinema de ação que a nostalgia acaba falando mais alto.

Evidente que este é um sentimento mais intenso nos maiores de 25 anos, que provavelmente passaram boa parte de suas vidas cinéfilas em contato com alguns clássicos protagonizados por estes jovens senhores. Mas mesmo com os mais jovens este sentimento existe, porque o próprio filme exala por todo tempo ares nostálgicos.

Renovação dos mercenários
Devemos ter em mente que a terceira parte da franquia tinha um objetivo bem claro, que era renovar a marca e equilibrar o elenco já consagrado com novos (literalmente) nomes da cena de ação americana (Ronda Rousey, estrela do MMA, Victor Ortiz, campeão peso meio-médio de boxe, e Glen Powell). Inclusive, numa decisão mercadológica que descaracterizou um pouco a franquia, as cenas mais sangrentas foram abolidas, para assim o filme conseguir atingir um público ainda mais amplo e jovem no processo de classificação indicativa. O resultado não comprometeu muito, mas cá entre nós, dá para sentir a falta de sangue, que, entretanto é compensada por mais e mais explosões.

História
A história, que não é nada original – e que nunca foi o ponto forte do gênero no qual o filme se insere – gira em torno de Barney (Stallone), Christmas (Statham) e o resto do grupo, que em uma de suas missões dão de cara com Conrad Stonebanks (Mel Gibson), que eles acreditavam estar morto. Stonebanks (que criou o grupo dos mercenários junto com Barney) se tornou um vendedor de armas internacional, criando a sua própria gangue. Barney, contratado pelo governo americano para caçar Stonebanks, decide que para combater seu grande inimigo ele precisa renovar seu grupo e então sai em busca de sangue novo.

Filme Os Mercenários 3

Neste momento da história todas as cartas já estão na mesa, e todos os grandes nomes do projeto já estão em cena, incluindo Jet Li, Arnold Schwarzenegger, Antonio Banderas e Harrison Ford. Agora me diga o quão sensacional é ver, num mesmo filme, todos esses ícones que fizeram parte da vida cinematográfica de muitos de nós. Filmes como Rambo, Comando para Matar, Rock, Connan, o bárbaro, Mad Max, e muitos outros estão aqui representados.

11 homens e um segredo
Um ponto que merece atenção é a forma escolhida pelos roteiristas para filmar as cenas de recrutamento dos novos mercenários, que se assemelha quase que integralmente ao feito no filme 11 homens e um segredo. O mais interessante é que ambos os filmes são irmãos em essência, já que Stallone cumpre em Os Mercenários a mesma função que George Clooney cumpriu em sua franquia, que é basicamente chamar os amigos para se divertirem fazendo um filme sem grandes propósitos.

A direção do filme, a cargo de Patrick Hughes, é bem tradicional, sem grande nuances ou detalhes para ser questionados. A vibe que o filme propõe transmitir é o mais importante aqui e neste sentido toda a testosterona, todas as piadas (foram poucas mas boas) e todas as explosões (foram muitas) fazem do filme uma divertida experiência cinematográfica.

Longe de ser uma obra-prima, Os Mercenários 3 cumpre o seu papel de trazer novamente às telas nossos violentos heróis favoritos e apresentar uma história, que apesar de não ser tão divertida quanto as anteriores, continua entretendo. As cenas de ação são bem construídas e as explosões, que volta e meia aparecem, continuam sendo uma das marcas do longa. Porém o sorriso no rosto é resultado, em grande parte, do fato de revermos, de uma vez só, Silvester Stallone, Jason Statham, Dolph Lundgren, Wesley Snipes, Jet Li, Arnold Schwarzenegger, Antonio Banderas e Harrison Ford. Somente isto já vale o ingresso.

Shares: