Crítica

Crítica: The Big Bang Theory retorna para sua oitava temporada

Série voltou com tudo, ao menos na audiência, que girou em torno dos 18 milhões; episódio duplo marcou o retorno dos nerds

Depois de muitas especulações por conta do aumento salarial dos três protagonistas (Jim Parsons, Johnny Galecki e Kaley Cuoco), discussão que chegou a atrasar as gravações, a série The Big Bang Theory, o mais popular show da atual televisão americana, retornou nesta última segunda-feira para o início de sua nova temporada, a oitava. Em novo dia, ao menos pelos próximos meses, a série voltou com a sua estrondosa audiência de sempre, com mais de 18 milhões de espectadores e 5.4 na demo mais importante, que leva em consideração somente o público alvo dos anunciantes.

A pergunta inicial, quase que automática, é a seguinte: o que mudou, agora que cada um dos três principais atores da série passa a receber 1 milhão de dólares por episódio? A série evoluiu? Passou a ser ainda mais imperdível? Ou somente continua com mais do mesmo? A última perspectiva é a mais válida, ao menos a julgar pelos 2 episódios iniciais da oitava temporada.

Os roteiristas não quiseram ousar nem por alguns minutos, sequer. O episódio final da temporada passada, para quem não lembra, havia marcado a separação de Sheldon (Parsons) com o restante do grupo. Ele, sentindo-se sem espaço por conta do noivado de Leonard (Galecki) e Penny (Kaley), decidiu que iria sair de casa e viver sozinho a partir daí. A cena final, com ele se despedindo do casal em uma estação de trem, inclusive, foi até tocante. Pois bem, logo nos segundos iniciais da nova temporada, vemos o nerd favorito dos fãs tirando a paciência de todos em uma estação de trem (ele havia cruzado o país, só que sem sair das estações de trens), ao aparecer somente de cueca, dizendo ter sido roubado. Na delegacia ele liga para Leonard, pede para ir buscá-lo e pronto, poucos minutos e Sheldon retorna para seu habitual lugar na série.

Não que esta escolha tenha sido ruim; o problema é o estardalhaço que os roteiristas fazem com a separação dos dois para nos segundos iniciais ela ir por água abaixo. É muito comodismo por parte dos roteiristas, que, satisfeitos com a enorme audiência, preferem manter a estrutura que vem dando certo.

A única mudança percebida foi visual, com o corte de cabelo bem curto de Penny, que agora está prestes a se tornar uma vendedora de produtos farmacêuticos, trabalho conseguido com a ajuda de Bernadette (Melissa Rauch). Por falar nas duas, uma aposta para esta temporada é o aumento de espaço para o trio de garotas, formada por Penny, Bernadette e Amy (Mayim Bialik). A química entre elas está melhor que nunca, e chegou a hora de aproveitar ao máximo para criar arcos interessantes para elas. O primeiro já foi ótimo, com Amy sentindo-se a popular por ficar no meio da briga de Penny e Bernadette.

Já a história de Howard (Simon Helberg), sua mãe e Stewart continuará como terminou temporada passada, com os três vivendo um triângulo um tanto esquisito, com o baixinho demonstrando cada vez mais ciúmes da relação de sua mãe com o maior loser da série.

Raj (Kunal Nayyar) pelo visto continua com a sua bela e estranha namorada bonita, porém como ela não deu as caras nos dois primeiros episódios, não dá para fazer afirmação alguma sobre esta parte da história.

O que pode ser promissor para esta temporada é a nova função de Sheldon na história; ele, que foi alçado ao posto de professor, dá para os roteiristas um novo mundo de possibilidades de tramas interessantes, com gags garantidas. Resta saber se este será seu trabalho durante toda a temporada.

Com alguns diálogos inspirados, boas piadas e ótimas referências (tivemos de Stalin até o tão falado Icloud) The Big Bang Theory continuou com o mesmo ritmo narrativo da temporada passada, o que era de se esperar. Sem se arriscar, a série se acomoda em sua zona de controle e evita, ao menos por ora, trabalhar o desenvolvimento de seus personagens. Para se ter uma ideia, não houve menção alguma do noivado de Leonard e Penny. Aos que veem a série como uma sitcom que tem como única função fazer rir, a volta foi bem sucedida. Para os que querem mais, como, por exemplo, o desenvolvimento real de suas histórias (tal como How I Met Your Mother fazia tão bem), o início foi um tanto frustrante.

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