Memórias de um Herege Compulsivo
“Sua ânsia de colocar os pontos nos “is” se faça através da sua briga exposta no papel para o mundo, forma inteligentíssima de alcançar a visão de muitos ainda que essa esteja vedada.”
Por Jair Martins*
Não sou crítica literária nem tão pouco mediadora literária. O que me faz escrever sobre o que por mim foi compreendido do livro “Memórias de um Herege Compulsivo” (2009), de autoria do escritor, poeta e jornalista Elenilson Nascimento que, como bom baiano, não poderia deixar de apimentar seus textos ali descritos, vezes induzido e inflamado em suas narrativas. Esse autor é deveras um crítico de esmera pontuação, salientando que, suas colocações são de teor exacerbado ao tempo que usa de sutilezas quando nas acusações para sua visão “herege”, maldita, se visualizada pelo ângulo da prepotência que tem um pulso demolidor, causando complexo e perplexibilidade em suas convicções.
Dono de uma inteligência admirável, o seu íntimo é revestido da couraça de justiceiro. Ele permite que sua ânsia de colocar os pontos nos “is” se faça através da sua briga exposta no papel para o mundo, forma inteligentíssima de alcançar a visão de muitos ainda que essa esteja vedada. É interessante e instrutivo o seu grito no uso das suas personagens debruçadas na janela da expressão escrital nesses seus 30 textos, diria 31, contando com a apresentação do livro que é um texto de diálogo excepcional com Deus, mas, é ele que se encontra frente a frente consigo mesmo.
Ao ler essa apresentação do livro tive a impressão de que meus olhos de mãos dadas com a minha curiosidade corriam apressados a percorrer todos os textos na busca de encontrar Elenilson Nascimento, de braços abertos, girando em espaço livre no deleite da liberdade dos seus anseios, das suas verdades.
Policiando-me para não somente ler, mas, entender e aprender deste universo Elenilson, iniciei comendo seus textos para depois ruminá-los. Não há como escolher um texto especial desse seu livro. Todos os textos liberam a mesma força de um intelecto rochechudo de sabedoria. Todos com particularidade e potencialidade de transmitir a mensagem na linha literária presunçosa e intencional da “suas” verdades.
O escritor Elenilson Nascimento em todo o seu manuseio literário processa um conceito sólido e claro de suas afirmações. A sensibilidade com que se deixa conduzir, seja nos seus textos ou poemas tradutores do seu “REAL IMAGINÁRIO”, tem linguagem de impacto poético na intriga para o momento, o fazendo ser O NOVO LANCEIRO das palavras flechadas em busca do alvo Cérebros Ampliados.
A literatura e o mercado literário são honrados em somar as obras do poeta, escritor e jornalista baiano Elenilson Nascimento. Os demais livros de sua autoria lidos por mim gozam os conceitos: “Clandestinos” (2010), um compêndio de narrativas fascinantes com histórias que aguçam a curiosidade do leitor, ao tempo que ensinam com a individualidade da interpretação. “Poemas de Mil Compassos” (2009), coletânea de poemas, que leva o leitor a uma apreciação de desfile das mais excêntricas linguagens poéticas. “Palavras Faladas Fadadas Palavras” – 2ª Edição (2009), é uma explosão de sentimentalismo delirante e no bom sentido escandaloso. Os poemas “A CASA PERDIDA DAS ALMAS DAS ÁRVORES QUEIMADAS” e o seu “DIFXRXNÇXS” são de uma linguagem vislumbrante. Comentar o literato Elenilson Nascimento é perder o fôlego de tanto das verdades que ele exprime. Parabéns beletrista Elenilson Nascimento. (“MEMÓRIAS DE UM HEREGE COMPULSIVO”, de Elenilson Nascimento, contos, 303 págs, Editora Clube de Autores – 2009)
* Jair Martins é poetisa, participou de vários livros, inclusive “Antologia de Poetas Brasileiros Contemporâneos” (2013), e 1ª secretária da União Brasileira de Escritores Acadêmica da Academia de Artes, Letras e Ciências de Olinda (PE).