Crítica

Crítica: “Getulio, o filme” chega a Netflix. Vale a pena assistir?

Filme é inspirado em fatos reais e conta os últimos momentos de um dos presidentes mais marcantes da história do país

Neste sábado, dia 5 de agosto, a Netflix passou a incluir em seu catálogo um dos filmes brasileiros mais marcantes destes últimos anos. Ao menos na tem ética. Estamos falando de “Getulio”.

Será que vale a pena assistir?

Inspirado em fatos reais, com ótima direção de arte, roteiro objetivo e enxuto, ótima fotografia de Walter Carvalho tendo como principal cenário o Palácio do Catete, o filme consegue manter um ritmo de trama onde a trilha sonora transmite agilidade, e apesar de sabermos o desfecho da história, cria-se uma curiosidade sobre os fatos políticos dessa época. Tem momentos de filmagem em que nos sentimos espreitando as pessoas e o ambiente tão cheio de memórias.

Passado no ano de 1954, no Rio de Janeiro, Capital Federal, conta os 19 últimos dias de vida do mais importante político brasileiro, o Presidente Getúlio Vargas. Mostra o atentado da Rua Toneleiro, que matou o major Rubens Vaz e feriu o jornalista e político Carlos Lacerda. E a pressão sofrida no governo de Getúlio, em especial a sua pessoa, levando-o ao suicídio, em 24 de agosto de 1954.

Getúlio Vargas foi Presidente do Brasil por 2 períodos; no primeiro mandato permaneceu no poder por 15 anos (1930 a 1945) e da segunda vez pelo voto popular, por 3 anos e meio. Como ele mesmo fala no início do filme “fui um ditador e não me arrependo”, adorado pelo povo, era chamado de “pai dos pobres”, criou leis sociais e trabalhistas e o “getulismo”  deixou sua marca até os dias atuais. Homem de atitudes fortes, chegou até a rasgar a constituição nacional, gostava de comandar e era adorado por muitos, mas também tinha inimigos na oposição.

No papel principal o ator Tony Ramos consegue um desempenho de primeira grandeza, com uma caracterização do personagem digno de aplausos. A semelhança do ator com a figura política e o pai extremado, as reações sutis, o charuto na boca, é de impressionar. Mostra também o lado pai, o apego que ele tinha a sua filha Alzirinha Vargas (Drica Moraes) e como ela participava ativamente da vida política do pai, inclusive dando palpites nas reuniões ministeriais. A atriz Drica Moraes tem um desempenho de peso no filme.

Resumindo: um filmaço.

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