Crítica

Crítica: Tela Quente desta segunda exibe o sensacional “Batman – O Cavaleiro das Trevas Ressurge”

Batman – O Cavaleiro das Trevas Ressurge

Filme fecha a trilogia mais que maravilhosa do cineasta Christopher Nolan; produção começa logo após a novela “A Força do Querer”

Muitos dizem que a trilogia de Batman iniciada por Christopher Nolan e que trouxe uma versão mais sombria do personagem icônico é a melhor já feita no cinema. De fato, a segunda parte, estrelada por Heath Ledger é uma obra-prima do cinema moderno e deve sempre ser colocado no mais alto grau das obras perfeitas da sétima arte.

Ainda que sem o mesmo poder do segundo “Batman – O Cavaleiro das Trevas Ressurge”, atração desta segunda, dia 9 de outubro, de Tela Quente, na Rede Globo, se mostra um eficiente e sensacional filme de ação, tensão e muita adrenalina. O filme segue a mesma vibe dos anteriores e traz um Batman sombrio, soturno e o clima do filme contrasta em absoluto com os filmes da Marvel, por exemplo.

O filme começa nesta segunda, logo depois da novela “A Força do Querer”.

Sobre Batman
Um dos grandes acertos desse fechamento da trilogia reside no modo como Nolan tornou o Batman ainda mais humano que no segundo filme. Combalido, enfrentando sérios problemas de saúde e precisando contar com artifícios tecnológicos para melhorar sua condição física, Bruce Wayne é apresentado não como um super herói, mas como um ser humano que, como qualquer pessoa normal, teme o que terá que enfrentar. Dessa vez seu oponente não é uma pessoa que usa apenas o intelecto como arma de guerra. Dessa vez, seu oponente mescla de forma perfeita o físico com o intelectual. Bane é uma máquina perfeita. E Bruce sofrerá os piores danos por conta dessa união de força e inteligência. E friso: a sequência em que os rivais se encontram, desde seu inicio com a saudação de Bane para o “Sr. Wayne”, até o último golpe desferido, já figura entre um dos momentos mais simbólicos de uma adaptação de quadrinhos para o cinema.

Apesar de sobrecarregar um tanto o longa com as diversas subtramas apresentadas, o que acaba prejudicando o ritmo do filme em determinado momento, o roteiro dos irmãos Nolan apresenta uma conclusão nos faz esquecer desse detalhe. Para tanto, as atuações de Gary Oldman e de Michael Caine são as que mais se destacam. É um filme capaz de fazer com que o espectador experimente diversas emoções no decorrer dos 165 minutos. E fica a cargo do talento dramático de Caine as cenas em que a garganta dá um nó e é muito difícil segurar as lágrimas pelo que estamos presenciando.

E se no primeiro Batman, a fotografia fazia questão de demonstrar-se dourada, representando o alvorecer de uma esperança e de um novo herói, no segundo, o azul constante das cores na tela já começavam a trazer a ideia de perda, de tristeza, algo que gradativamente vai se tornando negro (como é perceptível no combate final de Batman com Duas Caras).

Em “O Cavaleiro das Trevas Ressurge”, o diretor de fotografia Wally Pfister, parceiro habitual de Nolan, inseriu a cor preta, o frio, a chuva, como algo a representar a desesperança, a ruína de uma tragédia anunciada que transformará Gotham. Junto com essas cores, Hans Zimmer retorna com uma trilha sonora ainda mais tensa, que permite poucos (mas eficazes) momentos de silêncio do som diegético (da própria história) do filme. E se a montagem de Lee Smith não permite que certos momentos sejam mais sutis (como o olhar de certo personagem na última cena), as cenas de ação fazem jus à proposta de grandeza do diretor.

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