Crítica

Especial Oscar 2016: crítica O Quarto de Jack (Room)

O quarto de Jack

“Não há muito para se conhecer naquele ambiente, de fato. No entanto, somos surpreendidos a cada nova camada que o lugar parece apresentar”

Por João Paulo Barreto

De dentro do quarto, o garotinho olha pela claraboia sem ter nenhuma ideia do que aquilo representa. É apenas a luz do sol a iluminar o seu mundo. Sim, todo o seu mundo representado por aquele cubículo que é tudo o que ele conhece em seus cinco anos de vida.

Analisar O Quarto de Jack como uma experiência cinematográfica a partir de suas técnicas de representação daquele ambiente, no qual a direção de arte e a montagem conseguem a proeza de transformar o minúsculo lugar em todo o universo de uma criança, é um modo pertinente de penetrar naquela história.

Mas, diferente do pequeno Jack, sua mãe, Joy, colocada ali à força e obrigada a criar aquela fantasia para o bem de seu filho, a claustrofobia é inevitável. E, paradoxalmente, o espectador consegue perceber e discernir as duas “visões de mundo” que aquele ambiente apresenta. Conseguimos nos sentir claustrofóbicos pela óptica materna e esperançosos pela infantil.

No território técnico, esse é o primeiro grande acerto de Room, novo filme de Lenny Abrahamson (do enigmático Frank), algo que torna a inicial apresentação do longa menos desconfortável para o espectador que é colocado, também, dentro daquele cubículo e é levado a experimentar, mesmo que em pequena escala, a mesma sensação dos seus …

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