Crítica

Crítica | Telecine estreia Logan em sua programação de dezembro

Logan

Filmaço, Logan trouxe um tom de despedida para o personagem mais icônico dos X Men, mas abriu portas para mais uma leva de histórias

A Rede Telecine acabou de divulgar a sua programação de dezembro, e dentre as mega estreias do canal para o fim de ano está simplesmente um dos 5 melhores filmes de 2017: Logan.

Exibições

Telecine Premium, 16 de dezembro, sábado, 22h Telecine Pipoca, 17 de dezembro, domingo, 20h Telecine Premium, 18 de dezembro, segunda, 19h30

Telecine Pipoca, 20 de dezembro, quarta, 22h

Logan

Em 2029, Logan (Hugh Jackman) ganha a vida como chofer de limousine para cuidar do nonagenário Charles Xavier (Patrick Stewart). Debilitado fisicamente e esgotado emocionalmente, ele é procurado por Gabriela (Elizabeth Rodriguez), uma mexicana que precisa da ajuda do ex-X-Men para defender a pequena Laura Kinney / X-23 (Dafne Keen). Ao mesmo tempo em que se recusa a voltar à ativa, Logan é perseguido pelo mercenário Donald Pierce (Boyd Holbrook), interessado na menina.

Crítica

Quando somos crianças ou até mesmo em nossa adolescência, carregamos até a nossa fase adulta a ideia de que os filmes de super-heróis são aquelas super produções com muita ação e muitos efeitos especiais, que tratam de mocinhos com muitos poderes sobrenaturais que devem impedir muitos vilões de destruir ou dominar o mundo. Diferentemente, Logan, a última aparição de Hugh Jackman nos cinemas como o mutante Wolwerine de X-Men, traz a nova possibilidade de uma linda abordagem intimista de estudo deste personagem, que durante décadas o acompanhamos, com o intuito de dar um desfecho à sua história.

Neste sentido, encontramos um Wolwerine no ano de 2029, que às vezes mal consegue se levantar quando cai, frequentemente ofegante, envelhecido e com a sua saúde comprometida (reparem especialmente nos ferimentos e nas garras já um pouco deformadas). Tentando ao máximo proteger e cuidar de Charles Xavier (Stewart), cuja condição física se revela pior ainda que a de seu companheiro, na medida em que percebemos a magnitude de sua vulnerabilidade quando o professor mal consegue conter suas habilidades psíquicas sob controle, ambos encontraram refúgio em uma propriedade perto da fronteira mexicana, onde convivem com outro mutante, Caliban (Merchant). Os tempos são outros, esse aspecto é visível. Em uma sociedade na qual os mutantes se deram como praticamente extintos, a figura calejada de ambos personagens denotam não somente os anos que viveram (porque o longa tem bastante consciência de toda a história anterior dos X-Men), mas também por tudo o que passaram, todo o sofrimento, e tantas pessoas queridas perdidas (Logan diz em certo momento: “Eles não estão mais aqui”). Com isso, é notável e natural que carreguem um desgaste emocional e físico enorme que para eles se revestem como um fardo em suas costas, o qual é inclusive refletido nas incontáveis cicatrizes pelo corpo e no andar mancado de Logan.

Logan, portanto, é uma obra sobre o âmago do personagem-título, uma investigação sobre como tanta experiência vivida pode ser ao mesmo tempo uma maldição, pois ser um super-herói é doar muito mais de si do que se imagina. É tornar aquela figura invencível e intocável que tínhamos em nossa mente, em um ser humano com virtudes, medos e fragilidades.

É o Wolwerine que os fãs tanto queriam ver aqui com profundidade e ternura, sem fórmulas clichês ou situações previsíveis, como costumeiramente era tratado. É uma maravilhosa homenagem que, se por um lado pode acabar uma história, por outro lado pode ser o começo de um futuro para novos X-Men. E por que não apostar na ideia?

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