O Vendedor de Passados
Filme foi um dos lançamentos mais esperados do cinema nacional em 2015 e teve uma recepção mista, com boas e más críticas
O que você faria se pudesse alterar erros ou lembranças dolorosas do passado?
Esta é a premissa básica de um dos filmes nacionais mais esperados de 2015, O Vendedor de Passados, filme inédito e estrelado por Lázaro Ramos e Alinne Moraes, que a Globo no Supercine deste sábado, logo após o Altas Horas.
Na trama, Lázaro interpreta Vicente, uma figura que vende passados às pessoas, criando documentos, fotos e outros indícios necessários para reescrever a história.
Um filme muito interessante.
Crítica
Perceba logo de imediato que aqui se trata de uma mudança psicológica, no campo do simbolismo, e não em mudanças reais, tal como em filmes de ficção-científica, onde um personagem tem a chance de voltar no tempo e reconstruir partes de sua vida. Algo assim imaginaríamos tranquilamente num conto de Saramago, e por Deus, seria tão fascinante.
Aos poucos vamos conhecendo Vicente, uma figura emblemática, que desde o início dava sinais de que sua profissão atual era resultado de algum trauma de seu passado; o roteiro dava indícios e, de fato, ao chegar aos momentos finais, somos apresentados à sua ‘verdadeira’ história. Verdadeira entre aspas, porque se há um conceito subvertido no filme, esse conceito é o de verdade. Uma pena que esta ideia é trabalhada de forma frágil e sem rumo no filme.
A vida de Vicente então muda ao conhecer a personagem interpretada pela bela atriz Alinne Moraes. Seu pedido é ambicioso: recontar a sua história do zero, sem nenhum elemento que o ajude a modificar sua biografia. Pensar isso sem a ideia de ficção-científica é um trabalho árduo, que o filme de Lula Buarque busca conseguir, e até consegue algo engrandecedor, na cena em que Vicente mostra para Clara (o nome escolhido por ele para identificá-la) o vídeo de sua nova vida. Ali é uma representação perfeita do cinema fazendo cinema… Leia a crítica completa