The Voice Kids
Programa une a beleza e inocência das crianças com boas escolhas musicais e uma atenção da Rede Globo a todo a parte técnica
Vamos ser sinceros: o The Voice Kids, mesmo com os seus erros, continua sendo o programa mais amável da televisão brasileira.
Talvez o fato de ser com crianças, e por conta disso ter toda a pressão externa, inclusive de Ministério Público, que as emissoras que produzem realitys infantis possuem uma preocupação e atenção bem maior se comparado às suas versões adultas. Foi assim com o Masterchef e é assim com o The Voice Brasil. A versão kids, exibida pela Rede Globo, é infinitamente mais bem cuidada e atenta aos detalhes que a versão adulta. O resultado, como era de se esperar, é muito melhor, agradando em cheio todos os que assistem.
Tudo flui melhor: as crianças, talentosas e lindas, os técnicos, sensíveis e com boa empatia com os meninos e meninas, o apresentador, a edição, a montagem… tudo no The Voice Kids Brasil apresenta uma qualidade satisfatória.
Técnicos
Vamos começar então falando dos técnicos: Claudia Leitte e Carlinhos Brown. Brown, principalmente. Ele aqui continua sendo falastrão. Porém, se no programa noturno ele mais chateia do que entretém, na versão vespertina ele diverte, e se mostra com uma habilidade bem grande para lidar com crianças. Isso é bom, e surpreendente. Seu enorme talento pode ajudar esses meninos neste início de jornada de cada um deles.
Claudia Leitte pode num primeiro momento não ter o mesmo carisma de Ivete, mas ela também consegue fazer um trabalho marcante. Sensível, pontual nos comentários, consegue até mesmo fazer críticas com tanta sutileza, que chega a ser imperceptível a olho nu.
Aprovados
Claro que era de esperar que a quantidade de aprovados fosse lá para as alturas. Afinal de contas, como rejeitar uma criança fofa se apresentando? São poucos os candidatos que não tem ao menos uma cadeira virada, o que num primeiro momento não é tão problemático, afinal de contas, a versão Kids não pode ser pautada somente na competição.
Claro que a filtragem vai acontecer a partir da segunda fase, então competição mesmo teremos só mais para frente.
Porém, o que sobressai num programa como o The Voice Kids não é a competição, não é saber quem vai vencer. Isso acaba sendo secundário. A jornada é infinitamente mais prazerosa de ver.
Há de mencionar aqui, inclusive, o tremendo bom gosto das crianças ao escolherem suas músicas. Enquanto que os adultos são influenciados por todas aquelas canções superficiais vindas dos Estados Unidos, os meninos buscam no Brasil as referências musicais. E ai nós vemos de tudo: músicas regionais, MPB, sertanejo… um acervo lindo para assistir e contemplar.
Outro ponto positivo do programa é a edição. Bem construída, que mostra com muito cuidado e sensibilidade a reação dos pais ao verem seus filhos e filhas se apresentarem. Uma coisa muito bonita de se ver e que o programa acertou em cheio. Não há emoção mais verdadeira que a dos pais observando seus filhos lá, desprendidos de qualquer medo.
Quanto ao resto, ao entorno do que é central no The Voice Kids, tudo funciona: Apresentador, trilha sonora, o horário de exibição (MasterChef Junior Brasil deveria copiar isso) e tudo o mais.
Um deleite para os olhos e ouvidos.