Amizade Colorida
Comédia romântica é aposta da Rede Globo para a madrugada deste sábado; filme traz Justin Timberlake e Mila Kunis como protagonistas
Nesta madrugada, os fãs de uma boa comédia romântica terão motivos de sobra para estarem em casa no horário: a Rede Globo exibe o interessante Amizade Colorida, filme protagonizado por dois belos e talentosos atores: Justin Timberlake e Mila Kunis. O filme vai ao ar neste sábado, em Supercine, às 00:58h, logo depois de Altas Horas
Crítica
Por Luis Fernando Pereira
Em uma das primeiras sequências de Amizade Colorida, observa-se Jamie, (Mila Kunis), do terraço de um edifício, falar para Dylan (Justin Timberlake): “E sabe da melhor parte: o celular não pega aqui”. Logo após, já nas movimentadas ruas de Nova York, os dois são surpreendidos por um flash mob (ações coletivas realizadas em locais públicos) da música New York, New York, de Frank Sinatra. Tempo depois, já próximo do desfecho, o espectador percebe que aquele diálogo reproduzido no edifício retorna à trama, agora com uma função bem interessante. E também observa que logo após também há um flash mob, agora da canção Closing Time, do grupo Semisonic. Estas constatações, aparentemente bobas, comprovam que o diretor Will Gluck, de Pelas Garotas e Pela Glória (2009) e A Mentira (2010), não só conhece, mas se utiliza de alguns dos bons artifícios narrativos que o cinema nos oferece. Somente esta pequena percepção já faz o projeto se diferenciar, mas não muito, de todos os outros títulos de comédia romântica.
A história, centrada em Jamie e Dylan, duas pessoas que acabaram de levar um fora de seus respectivos namorados, tem início de maneira bem frenética, apresentando os personagens de forma ágil, em uma boa sobreposição de diálogos que chega a enganar aos desatentos, mas que vai ser explicada segundos depois. Os dois passam a viver uma relação profissional que logo em sequência transforma-se no termo que dá título à trama: friends with benefits, ou como conhecemos mais popularmente no Brasil, amizade colorida.
Há de se notar que todos os clichês hollywoodianas estão ali, desde a maneira estabanada como eles se conhecem no Aeroporto, até os diálogos com referências ao mundo pop, típicos de comédias românticas. No caso específico, nomes como Seinfeld, George Clooney, Google, John Mayer e Harry Potter são empregados como símbolos de uma cultura pop presente de modo constante nos Estados Unidos.
Alguns elementos agregam algum valor à narrativa, como as perspectivas dramáticas que cada um deles atravessam ao longo da história, principalmente as relacionadas com os seus respectivos pais, e uma escolha, interessante para o mercado americano, de apresentar dois mundos bem distintos um do outro, Nova York e Los Angeles, como referências culturais para o desenvolvimento dos personagens.
A trilha sonora também é um ponto forte, trazendo nomes bem atuais da música pop, como Bruno Mars, Janelle Monáe e Train. Outra escolha acertada é a ideia de metalinguagem presente na trama, produzindo-se um filme dentro do mesmo, propiciando assim que os personagens (e a equipe de produção, por assim dizer) brinquem de forma mais livre e direta com o gênero que o filme ali representa.
O filme aposta todas as suas fichas, desde os primeiros segundos do longa-metragem, na boa dinâmica entre seus dois personagens principais. Neste sentido, ele é relativamente bem-sucedido, pois Justin Timberlake e Mila Kunis apresentam-se muito bem em dupla, adicionando ao filme grandes momentos de comicidade, sensualidade e até mesmo sexualidade, mas sem cair no vulgar.
Amizade Colorida, no fim das contas, representa bem o gênero ao qual pertence, trazendo poucos elementos originais, como já é padrão neste tipo de narrativa, mas oferecendo ao espectador tudo que o mesmo proporciona e sempre proporcionou, que é a possibilidade de diversão despreocupada aliada à ideia romântica de que cada um de nós, em algum momento da vida, encontrará sua cara metade.