Luperce Miranda
Aos domingos, oito da manhã, Perfilino Neto produz o programa Encontro com o Choro, na rádio Educadora FM, 107.5, em Salvador.
Numa de suas edições conheci as belas músicas instrumentais do bandolinista LuperceMiranda, a quem Heitor Villa-Lobos haveria chamado “o rei do bandolim”.
Veja a interpretação de alguns choros por seu filho Luperce Miranda Filho, e o maestro José Schiller (curioso sobrenome!) falando a respeito de Luperce.
LUPERCE MIRANDA
Nasceu em Recife, e o pai montou uma orquestra infantil com os 11 filhos. Assim, desde cedo Luperce aprendeu a tocar bandolim, tendo composto a primeira música aos 15 anos. Também tocava piano, e na juventude foi pianista de uma confeitaria de Recife. Na década de 20 integrou o grupo Turunas da Mauricéia, que foi para o Rio de Janeiro em 1927, provocando a primeira onda nordestina que chegou à então capital do país, provocando reações no cenário musical. Luperce não viajou com o grupo, mas teve músicas suas gravadas pelos Turunas no Rio. Ficou em Recife e montou outro conjunto, o Voz do Sertão, e só então viajou para o Rio. Gravou algumas músicas com o novo grupo até formar, em 1929, o Regional Luperce Miranda, que atuou em rádios e na gravadora Parlophon.
Na década de 30 acompanhou Mário Reis, Carmen Miranda e Francisco Alves. Nos anos seguintes trabalhou nas rádios Mayrink Veiga e Nacional até 1937, quando voltou para Pernambuco. De volta ao Rio nos anos 50, gravou discos e excursionou pela Europa. Um dos maiores bandolinistas do país, criou uma escola de música especializada em instrumentos de corda. Em 1994 o bandolinista Pedro Amorim lançou o CD Pedro Amorim toca Luperce Miranda, dedicado à obra do compositor, que inclui Reboliço, Martelando, Querida, Picadinho à Baiana.
Fábio Giorgio Azevedo é psicólogo, professor universitário. Editor do blog Revizta UNQÊ e Caderneta de Arame.