Glee
“No decorrer das cinco temporadas, Glee representa com maestria o processo de percepção das diferenças ao longo do convívio escolar”
Por Feminino e Além
Estou à dois episódios de terminar a 6ª e última temporada de Glee. Desde o meu primeiro contato com a série, em 2015, seis anos após o seu lançamento em 2009, passei um bom tempo logado na Netflix fazendo maratonas dos episódios. Mas ao me aproximar da “sesson finale”, desacelerei e me vi por livre e espontânea vontade prolongando o “happy end”. Esse retardamente provocado foi uma reação voluntária para não findar em definitivo meus laços para com a obra que me fez viajar no tempo e reviver lembranças agridoces do meu passado.
Meu desencontro com o “boom” do lançamento da maioria dos produtos seriados, principalmente os estrangeiros, tira o “frescor” do acompanhamento global simultâneo, mas é benéfico pela abstração do senso comum e de um possível olhar padronizado pelo coro virtual do público. O encontro tardio com certas narrativas nos possibilitam ver por menores que só um olhar mais particular e dialético permite, e legitima o caráter atemporal do produto.
Retornar à minha adolescência assistindo os episódios da série foi uma reação inevitável que me fez reviver – ainda que de forma efêmera – grande parte dos meus conflitos de quando eu estava descobrindo quem eu era, sofria (e praticava) bullying e não tinha um “clube” pra cantar …