Crítica

Crítica Paulina: filme traz história sem força sobre a cultura do estupro

Crítica Paulina

“Quando a sociedade cada vez mais necessita de incentivos para denunciar crimes contra a mulher, talvez a obra produzida por Walter Salles soe como uma discussão que, apesar de ousar e fugir do esperado clichê catártico de filmes de vingança, não contribui em nada para melhorar o cenário atual de violência sexual em que vivemos”

Por João Paulo Barreto

Paulina tem como seu principal equívoco o fato de abordar um tema polêmico como o estupro sob uma possível postura de proteção do agressor em detrimento da vitima. No entanto, na história da advogada bem sucedida que decide largar o futuro promissor como juíza para dar aulas a adolescentes pobres em um vilarejo argentino, uma discussão não muito comum no cinema é proposta pelos realizadores.

A personagem título possui um pensamento social atuante, que a faz seguir suas escolhas visando uma fuga da postura elitista que a classe na qual foi criada impõe como sendo o modo de se viver. É uma cidadã preocupada com as pessoas que a cercam e que, por isso, tem na ideia de compartilhar seu conhecimento um modo de tentar mudar a realidade dos menos privilegiados que a elite argentina tenta não enxergar.

Tecnicamente, Paulina é uma obra que caminha muito bem em sua adaptação.

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