Crítica

Crítica Para Minha Amada Morta: Aly Muritiba e o conflito de sentimentos

Para a minha Amada Morta

“É um filme sobre apego. Ao mesmo tempo, é sobre o tal do “deixar passar”. Mas é também sobre o reconhecer dos erros de quem se ama”

Por João Paulo Barreto

Para Minha Amada Morta consegue transmitir um tipo de sentimento singular a partir de seu protagonista, o fotógrafo forense Fernando. Viúvo e ainda preso ao amor que sente pela sua esposa, se dedica a manter a memória de seus dias com ela através do cuidado e do apego às roupas da falecida. Sob sua responsabilidade, o filho pequeno segue o mesmo caminho do pai na postura de não deixar para trás a presença da mãe em suas vidas.

É um filme sobre apego. Ao mesmo tempo, é sobre o tal do “deixar passar”. Mas é também sobre o reconhecer dos erros de quem se ama e, apesar de não perdoá-los, compreendê-los e viver com eles. Deixe-os estar. Certo, mas escrever isso é fácil. Vá experimentar fazer, vai. Complicado.

Fernando descobre que sua mulher o traia ao encontrar fitas VHS que ela gravou nos momentos de intimidade com seu amante. Após isso, qualquer tipo de afeto nostálgico que sente se torna algo pernicioso. Seus dias de cuidado e lembranças se tornam de desleixo e amargor.

Shares: