Ravena
Programa desta segunda, dia 24 de outubro, elevou muito a qualidade do programa, porém alguns detalhes destoaram
Quando o X Factor Brasil começou nesta terça-feira, dia 24 de outubro, e vimos aquele palco muito bem produzido, até mais pomposo e bonito que o do The Voice Brasil ou qualquer outro reality musical já feito no país, a primeira reação nossa foi acreditar que o programa enfim seria igualado à sua versão internacional.
Pouco mais de duas horas depois, quando o episódio foi finalizado, a expectativas foram frustradas, por conta de muitos detalhes pequenos, mas ainda assim ficou a sensação de que, comparados às fases anteriores, o X Factor Brasil enfim entregou um programa que prestasse por completo.
Detalhes
Antes de falar tudo que funcionou nesta nova fase do programa, vamos nos ater ao que incomodou bastante. Em primeiro lugar, a qualidade do áudio, que continua boicotando por vezes o próprio X Factor Brasil. Essa questão técnica precisa ser resolvida o quanto antes. Depois alguns detalhes relacionados à escolhas da equipe de produção, como, por exemplo, ter um locutor ao vivo apresentando os candidatos. Essa parte serviu para envelhecer o programa, atrapalhar a dinâmica e dar um tom de breguice para uma marca que é jovem e descolada no resto do mundo. Ficou parecendo concurso de Miss Brasil, com aqueles locutores que falam o óbvio.
Por fim, mas não tão menos brega, as danças e coreografia de bailarinos durante as apresentações dos candidatos. Foi exagerado e atrapalhou em todas as situações, principalmente porque o X Factor Brasil já havia conseguido um palco que se destacasse por si só. O palco, bonito, e as apresentações, já seriam suficiente para entreter o público. As danças e coreografias só serviram para poluir o ambiente, deixar o programa parecido com o Domingão do Faustão e por vezes atrapalhar as apresentações dos cantores. Se a Band for esperta, irá rever estas pequenas partes que não deram certo.
Melhoras
Porém, no fim das contas o que deu certo se sobressaiu, felizmente. A começar pela edição do programa, ainda mais ao vivo, do X Factor Brasil desta segunda. A apresentação dos candidatos, com pequenas entrevistas e momentos deles no reality proporcionou uma relação mais íntima deles com o espectador, que passa a conhecer cada vez mais os cantores e grupos. A edição, neste sentido, deu um show e foi melhor que a do The Voice Brasil, que ainda peca neste quesito. Claro que o reality da Rede Globo tem muito menos tempo de duração, e esta parte não seria viável, mas ainda assim X Factor Brasil virou um bom exemplo de como fazer a introdução de uma apresentação (só o locutor depois que estraga tudo).
A atmosfera do programa também estava sensacional, com o público caloroso, os jurados empolgados e os cantores emocionados. Isto, no fim das contas, é o que faz um programa ser divertido e bom de assistir.
Heloa
Apresentações
E por fim tivemos as apresentações. Neste aspecto, um misto de boa qualidade e frustração por ainda termos no top 16 apresentações bem questionáveis. Os três eliminados, por exemplo, tiveram performances bem ruins, ao menos nesta segunda. Eli estava nervoso e sua voz o acompanhou, soando gritado em boa parte da música. Thamires teve apresentações regulares, mas com picos de vozes bem desagradáveis e estridentes. Uma boa candidata, que se prejudica ao achar que o fato de sua extensão vocal se aproximar levemente a de Beyoncé, faz dela uma nova Queen B. Não é somente voz que faz da cantora americana um ícone, e falta ainda a Thamires aperfeiçoar todo o resto (e são muitos detalhes também).
Já o grupo O Clã ainda parecia aqueles grupos que vão ao Raul Gil tentar a sorte ou somente se ver na televisão. Não que seja impossível, mas é difícil hoje em dia imaginá-los fazendo sucesso nas rádios e no país.
Em contrapartida tivemos Heloá, que já merece um lugar no mercado musical brasileiro. Ela é linda, tem uma extensão vocal poderosa, boas escolhas musicais e seu domínio visual e de palco são impressionantes. Uma diva.
Outro bem poderoso foi Cristopher, querido dos jurados e parte do público. Ele fez da canção do Aerosmith, que normalmente é um sonífero quando cantada em realitys musicais, algo até prazeroso de ouvir. Talvez seja hypado demais e super valorizado, mas não resta dúvida que ele domina tudo também.
Conrado, mesmo com falha em técnicas vocais, é o mais comercial de todos e isso tem sido um fator determinante para ele continuar no programa. Uma voz rouca, que chega a ser sexy, um rapaz jovem, bonito. O mercado pop brasileiro pede isso e ele oferece. Se melhorar, merecerá até chegar mais longe.
As meninas da Ravena, idem. Ainda pecam por não ter aquele entrosamento que só o tempo trará, mas eles são lindas e talentosas, e tem potencial de crescimento. Mas precisam crescer mais rápido.
E tivemos a Pitty, quer dizer, Naomi, que cantou duas músicas da cantora baiana, o que é quase que inaceitável, mas ao menos fez dois bons trabalhos. A menina é jovem, bonita, comercial e tem um belo futuro pela frente. Falta ajustar algumas coisas, que toda estrela da música deve possuir, e que a Pitty, por exemplo, possui.
X Factor Brasil continua nesta quarta, com os outros oito candidatos. Novamente três vão embora e se formará o top 10.