It Follows
Exibido no Festival de Cannes, escrito e dirigido por David Robert Mitchell, é um dos filmes de terror mais elogiados dos últimos tempos; merecido
Os aficionados pelo gênero terror vêm tendo um ano bem mediano no quesito sustos e gritos de medo. Alguns filmes que prometiam muito, como o remake de Poltergeist acabaram decepcionando e outros, como Sobrenatural, que até anima em alguns momentos, não chega aos pés do primeiro e já clássico filme da franquia.
Já estávamos cansados de tantos projetos razoáveis, dos Jessabelles da vida (que nem é tão ruim assim) até que entra em cartaz uma joia do terror atual: It Follows, ou simplesmente Corrente do Mal.
Considerado um dos melhores filmes de terror da temporada americana, Corrente do Mal, de David Robert Mitchell, chega aos cinemas nesta quinta, 27 de agosto. O longa-metragem, uma quase obra-prima do terror, foi exibido na Seleção Oficial do Festival de Sundance, na Semana da Crítica do Festival de Cannes, no Festival Internacional de Cinema de Toronto e foi vencedor do Austin Fantastic Fest nas categorias Melhor Filme e Melhor Roteiro.
E por que o filme é tudo isso?
Porque quando há convergência de roteiro, direção, boa trama, atuações legais, trilha sonora sensacional e tudo o mais, o filme geralmente é bom. Neste caso Corrente do Mal proporciona ao espectador uma experiência que mistura o contemporâneo com o cinema clássico, sobretudo os filmes dos anos 1980. O filme chega a ser estranho, e acaba lembrando-nos do maravilhoso Donnie Darko, uma obra-prima da estranheza.
David Robert Mitchell fala sobre como conseguiu criar o tom do filme:
“Enquanto dirigia, eu apenas tentei tudo o que parecia certo no momento para ajudar a sugerir ou orientar os atores. Com este filme, eu sabia que as coisas precisavam ir além dos sentimentos normais do dia-a-dia. Ainda assim, eu queria ficar em um espaço de atuação que eu não sei bem como descrever; natural, mas quase fora do natural; é um pouco mais preso, e um pouco mais suave do que até mesmo a vida é. É interessante para mim… e talvez tenha sido isso o que nos ajudou, mesmo em circunstâncias surreais neste filme, a nunca deixar o que é real e natural.”
A trama
Algo apavorante está rondando os adolescentes de um subúrbio de Detroit. A bela Jay, de 19 anos, não parece perceber: ela aproveita o outono ao lado de sua irmã Kelly, de seus amigos de escola e de seu novo namorado, Hugh, com quem faz sexo pela primeira vez. Após o ato, porém, ela não consegue evitar a sensação de que alguém – ou algo – está seguindo todos os seus passos. À medida que a ameaça torna-se mais real, Jay e seus amigos descobrem que ela se tornou o principal alvo de uma força macabra e inexplicável.
A simbologia do sexo como elemento catalisador do início das situações de terror é fascinante, e abre pano para muitas discussões sobre metáforas. O sexo acaba sendo também uma espécie de homenagem aos filmes de terror dos anos 1980, onde o sexo sempre estava relacionado com a morte (só lembrar-nos de Jason em Sexta-feira 13).
Corrente do Mal enfim estreou nos cinemas do Brasil. Um ótimo filme que representa o terror tão amado de cada dia. Agora só resta torcer para que as salas de cinemas lotem e o filme fique o máximo de tempo possível, pois ele decididamente merece.
Em breve crítica.
Veja o trailer