Cinema

Nos cinemas: Diário de uma Camareira – Drama interessante, mas arrastado

Diário de uma Camareira

Em ambiente clássico, a fotografia com cores pasteis e momentos escuros, a mostrar a rigidez dos lares, closes frequentes no rosto da protagonista Célestine

Por Marcia Bessa

Direção  de Benoit Jacquot, o filme Diário de uma Camareira (França) é um drama de época ambientado em 1900, um olhar crítico a uma época de opressão  à mulher em todos os níveis sociais.

Célestine (Léa Seydoux) é uma jovem criada de beleza ímpar, e sua dificuldade de permanecer nos empregos  em Paris vem justamente da altivez e não aceitação da forma desrespeitosa como sempre é tratada.

Diante da necessidade financeira, Célestine decide trabalhar como camareira na residência dos Lanlaire, no interior da França. Neste novo emprego ela é tratada com desdém e humilhação pela Madame Lanlaire (Clotilde Mollet), enquanto seu patrão tenta seduzi-la a qualquer custo. Ela só conta com o apoio do jardineiro Joseph (Vicent Lindon), que trabalha há muitos anos com esta família, e ocorre uma atração entre esses dois personagens.

Este drama mostra a exploração das criadas nesta época em relação aos inúmeros trabalhos domésticos, maus tratos e assédio  sexual dos patrões, que era do conhecimento de todos e aceitação da sociedade em geral. O ódio é ostentado em todas as classes sociais, visíveis nos diálogos e olhares de rancor, puro maniqueísmo.

Em ambiente clássico, a fotografia com cores pasteis e momentos escuros, a mostrar a rigidez dos lares, closes frequentes no rosto da protagonista Célestine, uma pessoa amargurada e rebelde, que não aceita o despudor da época. A atriz Léa Seydoux com sua beleza enigmática explora bem os nuances desta jovem, mas falta certa emoção, como se não deixasse perceber o que realmente sente.

Drama com tema interessante porém arrastado, onde o expectador fica esperando um desfecho e não chega ao clímax.

Marcia Amado Bessa é enfermeira e escreve para o ótimo blog Cine Amado

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