Crítica

Crítica Homem-Formiga – Humor e ação em um só filme: só podia ser da Marvel

Marvel’s Ant-Man..Scott Lang/Ant-Man (Paul Rudd)..Photo Credit: Zade Rosenthal..? Marvel 2014

Primeiro filme estrelado pelo Homem-Formiga, um dos fundadores dos Vingadores nos quadrinhos; eficiente no humor e nas sequências de ação

Homem-Formiga, um dos heróis mais exóticos da Marvel, enfim, ganhou o seu merecido filme solo. Ele, que nos quadrinhos é sócio fundador dos Vingadores, até agora não havia sido bem explorado, seja no universo mais amplo, dos Vingadores, seja em um universo restrito, em uma trama própria.

Pois bem, essa lacuna acaba de ser preenchida, e a Marvel levou ao filme do Homem-Formiga todos os elementos já habituais em suas histórias: roteiro ágil, equilíbrio entre humor e ação e sequências de tirar o fôlego. O resultado final já era esperado: um bom filme, que proporciona o máximo possível de entretenimento para quem assiste. Sem ser tão grandioso quanto os seus primos mais ricos, o filme de Peyton Reed entrega um bom protagonista que busca redenção para o seu relacionamento com a filha.

E quem seria este protagonista?

Bem, essa caracterização acima se encaixa nos dois principais personagens da história, os dois homens-formigas. Temos o Dr. Hank Pym (Michael Douglas), o primeiro a usar o uniforme que reduz drasticamente o tamanho do corpo que o utiliza e temos também o ladrão Scott Lang (Paul Rudd). Os dois possuem os seus problemas com as respectivas filhas. Entretanto a produção decidiu começar a contar a história da roupa/herói a partir de seu segundo Homem-Formiga. A decisão, que não traz tantos problemas, ao menos joga no espectador a curiosidade de saber como tudo começou de verdade, e talvez esta seja outra lacuna que a Marvel vá preencher mais para frente.

A introdução de Scott Lang é eficiente. Ele já é apresentado como ex-prisioneiro com dificuldades para arranjar emprego e por isso a sua situação familiar não é das melhores. Sua filha o vê como herói, mas o que ele é no momento está longe disso. Ele sabe e é por conta deste fato que toda a parte que o leva a aceitar ser o Homem-Formiga soa coerente.

Neste momento do filme já temos algumas tramas sendo desenvolvidas: a relação conflituosa entre Pym e sua filha Hope, a linda Evangeline Lilly, o nascimento do grande vilão da história, Darren Cross/Jaqueta Amarela, interpretado por Corey Stoll e Scott Lang, seja na sua vida enquanto pai momentaneamente fracassado, seja na sua relação com os seus três colegas de quarto, seja na relação com a família Pym (o pai e a filha).

Homem-Formiga

A relação dele com a família Pym é a que mais interessa por agora. A tensão criada entre Scott e Hope é pontual e visa construir um romance entre eles, mas esta é uma parte pouco explorada no filme. Bem da verdade, Homem-Formiga acaba servindo mais como uma apresentação da vestimenta, principal elemento da história e a contextualização dos personagens principais e seus dramas. A mitologia mais ampla foi também trabalhada, como na cena em que Scott, já como o minúsculo herói, tenta invadir a sede dos Vingadores, e é combatido por Sam Wilson/Falcão. Vemos também a Hidra na história e o nascimento do Jaqueta Amarela. Mas estes espectros serão mais desenvolvidos a partir de agora.

Sobre o humor construído no filme, é incrível como os roteiristas conseguem sempre se superar. Escrito a oito mãos (Adam McKay, Paul Rudd, Edgar Wright e
Joe Cornish), o texto é afiado nas partes engraçadas. Aqui grande parte das sequências possuem ótimas sacadas cômicas, e, sem dúvida alguma, quem rouba a cena é Luis (Michael Peña), também, tal como Scott, ex-presidiário e um de seus amigos de quarto. Seu modo de narrar a história e de dialogar com os demais, é um dos grandes portes fortes do roteiro e que leva o espectador – muitas vezes – para a mais pura e honesta gargalhada.

Em termos de ação o filme engrena mesmo é na parte final, quando o vilão se assume como tal e todos são colocados no mesmo espaço. Ali vemos que o outro ponto forte da Marvel (a capacidade de criar cenas sensacionais de ação) é bem sucedido no que tange ao Homem-Formiga. Os efeitos especiais, que transformam meras formiguinha em personagens assustadores, são espetaculares, e vai deixar os fãs de “Querida, Encolhi as Crianças” bem felizes.

Homem-Formiga chegou enfim aos cinemas. Veio com doses cavalares de humor, ótimas cenas de ação e feitos especiais com o selo de qualidade Marvel. Paul Rudd, que estava meio descrente no cinema (sua entrada em Hollywood foi em grande estilo, com As Patricinhas de Beverly Hills), entrega uma atuação convincente. Muitos o imaginavam fracassando, tal como Ryan Reynolds com o seu Lanterna Verde, mas depois que o filme termina, o sentimento que temos é de gratidão, por ele ter conduzido o nosso herói diminuto de forma digna.

Homem-Formiga

Agora só nos resta esperar as sequências. Tanto nos seus filmes, quanto nos filmes da grandiosa mitologia dos Vingadores.

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