A Bofetada
Dizem que rir é o melhor remédio que pode existir, e eu concordo plenamente. Afinal de contas, o riso traz benefícios à saúde e muito bem-estar. E quando podemos conciliar ele a um maravilhoso espetáculo, isso fica ainda mais sensacional, pois unimos arte, cultura, lazer e risoterapia em um só lugar. E é essa sensação, acredito, assim como eu, que qualquer espectador tenha ao assistir a peça A Bofetada, com a Companhia Baiana de Patifaria.
Uma peça maravilhosa que vem transcendendo os anos e os palcos do País, levando o seu humor inteligente, reflexivo, com críticas pertinentes de cunho social e regional, sem perder a qualidade ou se tornar cansativo, ao contrário, a cada dia que se assiste, apesar da mesma construção, tem a sensação de ser um novo espetáculo.
Em suas quase duas horas, os atores, que se revezam na composição de 12 personagens, conseguem não só entreter e fazer rir, bem como refletir sobre questões importantes, mas que ao serem levadas como comédia, traduz bem aquela frase: “Se não fosse tão trágico, seria cômico”, e assim, fazer um alerta sem tanta dramaticidade, mas com muita responsabilidade artística e social.
Como não sou crítica teatral e apenas transcrevo aqui minhas impressões sobre o espetáculo, me restrinjo a citar apenas sensações e emoções vivenciadas com ele, os pontos que mais me chamaram atenção, bem como a visão de uma espectadora, fã e seu simples olhar de plateia.
A Bofetada
E assim sendo, o que percebi foi uma perfeita sintonia entre o elenco, que domina o improviso e fazem dele o Up da apresentação, a interação com o público que também, é fantástica, atores afiados e tão talentosos, que dispensam um cenário glamouroso, pois o foco são eles, sempre. Sonoplastia perfeita e trilha sonora genial. Figurinos, sem comentários, pois são lindos, coloridos, chamativos e o que mais me impressiona é a rapidez com a qual eles mudam de roupa: inacreditável.
Seria redundante dizer que a Companhia Baiana de Patifaria é sensacional, pois, para manter-se por tantos anos, lotando os teatros e fortalecendo os alicerces da sua belíssima história, com certeza é devido ao resultado de um excelente trabalho de grupo e mais ainda, de amor pela arte. Por isso, A Bofetada é tão rica e sólida, mesmo que a cada tempo seu elenco se renove, mas a essência permanece.
Enfim, para não me tornar tão repetitiva ou prolixa, não poderia deixar de pontuar também os famosos jargões utilizados pelos personagens, que são marcas registradas do espetáculo e já caíram na boca do povo, tais quais: “Oi, qui é qui ai, como é que vai, tá boa?”, e até para quem não assistiu, lembra desse:”, Momento lindo, maravilhoso”, ou mesmo: “É a minha cara”, e muitos outros que permeiam todo o espetáculo, de forma bastante criativa, nos fazendo rir ainda mais.
A Bofetada
Concluo então, deixando essa dica para quem quer assistir uma boa comédia, que consegue transformar os fatos do cotidiano em humor, de forma leve e divertida, fazendo quem está na plateia sair do teatro de alma lavada após passar por uma sessão, literalmente, de risoterapia.
Contudo, uma certeza é garantida: Quem for, vai dar muita risada e ter uma sensação maravilhosa de bem-estar, porque não há nada melhor que unir cultura, arte e alegria em um só lugar. E parafraseando a querida personagem Fanta Maria: “Adoro, adoro, adoroooo...”
Vá ao Teatro.
Angel Marques é atriz, escritora e possui o blog O Exercício do Amor Próprio.