A Grande Ressaca
“A Grande Ressaca é um apanhado mais cômico e mais surrealista dos curtos textos de Matéi Visniec. O realismo fantástico e o humor inusitado do autor fazem com que a nova peça seja a que mais se aproxima do seu estilo Ionesco”
Por Úrsula Neves
O espetáculo “A Grande Ressaca – 11 comédias inusitadas de Matéi Visniec” estreia no dia 23 de junho na Cidade das Artes, na Zona Oeste do Rio de Janeiro. Originalmente encenadas em “Cuidado com as velhinhas carentes e solitárias”, apenas onze peças da trilogia ganham uma nova montagem pelas mãos do diretor Fernando Philbert.
Na nova versão são encenados os textos “Pense que você é Deus”, “Aqui estamos com milhares de cães vindos do mar”, “Um café longo, um pouco de leite separado e um copo d’água”, “A máquina de pagar contas”, “O país está consternado”, “Sanduíche de frango”, “A ferida”, “Espere o calorão passar”, “A volta para casa’, “A grande ressaca” e o texto que deu origem à coletânea, “Cuidado com as velhinhas carentes e solitárias”.
“A Grande Ressaca é um apanhado mais cômico e mais surrealista dos curtos textos de Matéi Visniec. O realismo fantástico e o humor inusitado do autor fazem com que a nova peça seja a que mais se aproxima do seu estilo Ionesco”, explica o diretor.
As cenas misturam um humor ácido com questionamentos sociais e humanitários, além de trazerem reflexões sobre a condição humana. A escrita de Matéi, caracterizada pelo teatro do absurdo, é retratada em histórias como a do cão que representa a submissão dos refugiados de guerra, a garçonete em surto que interage com manequins ou uma pessoa que é literalmente sugada por uma ferida. A guerra também se faz presente, mesmo que subjetivamente, em todas as cenas. O cenário é único, um grande andaime, que mostra o processo de criação sendo construído. No palco os doze atores se transformam através da caracterização da luz de Wilson Reiz e preparação corporal de Marina Salomon. Além dos personagens, o ator Djavan Fernandes toca sua guitarra ao vivo marcando as transições das histórias.
Um dos dramaturgos contemporâneos mais aclamados pela crítica internacional, o romeno Matéi Visniec tem sido um dos autores estrangeiros mais montados no Brasil. Romeno, naturalizado francês, há 30 anos o dramaturgo vive e trabalha na França, desde que ali se refugiou em fuga da ditadura de Ceausescu. Considerado por muitos “o novo Ionesco”, por dar continuidade ao gênero do teatro do absurdo, suas peças têm sido traduzidas e montadas em mais de vinte países. No Brasil, já esteve em cartaz algumas vezes, sendo que recentemente também pelas mãos de Fernando Philbert em “O corpo da mulher como Campo de Batalha”, que fala sobre os estupros na guerra da Bósnia e rendeu uma indicação do prêmio Shell de Melhor Atriz para Fernanda Nobre.
“Matéi Visniec é um dos grandes dramaturgos contemporâneos, um autor muito montado no mundo, cuja temática é o homem diante do mundo político e social e tem uma vasta obra com mais de quarenta peças de teatro e romances”, conta o diretor.
Ficha técnica
Texto: Matéi Visniec Direção e Cenário: Fernando Philbert Elenco: Allan Medeiros, Deborah Silveira, Djavan Fernandes, Gabi Soledade, Gonzalo Martinez Cortez, Lucas Gonjú, Marcelo Ferreira, Matheus Niquelatti, Nanda Teixeira, Otávio Tardelli, Relise Adami e Tadeu Azevedo. Trilha Sonora: Fernando Philbert, Djavan Fernandes e Lucas Gonju Músico: Djavan Fernandes Iluminação: Wilson Reiz Figurinos: Maria Duarte Preparação Vocal: Renata Frisina Preparação Corporal: Marina Salomon Projeto Gráfico: Bruno Dante Produção: 3Z Produções Direção de Produção: Gonzalo Martinez Cortez Assistente de Produção: Nanda Teixeira e Otávio Tardelli
Assessoria de Imprensa: Lu Nabuco Assessoria em Comunicação