E se vivêssemos todos juntos
Elenco formado por pessoas idosas, o que é notável na sétima arte, e com excelentes atuações, em especial a bela atriz Jane Fonda, com ótimo sotaque francês
Por Marcia Bessa
Direção e roteiro de Stéphane Robelin, o filme E se vivêssemos todos juntos? (França/2012) é uma comédia dramática agradável, envolvente e divertida, sentimental sem ser piegas.
Conta a história de cinco amigos há mais de 40 anos que tomam a decisão de morarem juntos, por problemas financeiros, solidão e doença, diminuindo a sobrecarga para os filhos e evitando que os coloquem em um asilo. O grupo é formado por dois casais, a espirituosa Jeanne (Jane Fonda), casada com Albert (Pierre Richard) portador do Mal de Alzheimer e Annie (Geraldine Chaplin) casada com o conservador e machista Jean (Guy Bedos). Para completar o time, o amigo Claude (Claude Rich), um solteirão convicto que adora mulheres e está sempre às voltas com prostitutas. Cada um com sua personalidade e característica própria, juntos trarão recordações antigas que farão parte desta nova etapa da vida deles.
Elenco formado por pessoas idosas, o que é notável na sétima arte, e com excelentes atuações, em especial a bela atriz Jane Fonda, com ótimo sotaque francês.
Um bom roteiro, fotografia e trilha sonora agradável, mescla boa dose de humor com momentos dramáticos. De forma realista aborda temas sérios, como os idosos se sentem ao perder o controle sobre a sua vida e são colocados em asilos; doenças como Alzheimer, conviver com a eminência da morte, algo real de quem vive o outono da vida. Desapego, erotismo e sensualidade na terceira idade, e que existe preconceito inclusive por parte dos familiares.
Mostra que os idosos também gostam de sair e se divertir, que podem amar, ter vida sexual ativa, e não ser considerado como um inútil. Que a experiência de vida traz valores reais que devem ser valorizados, inclusive pelas pessoas mais jovens.
Apesar de não se aprofundar demais nos temas acima, nos leva à reflexão de que a idade avançada chega para todos e o importante é não se deixar abater pelos melindres e outras questões inerentes à velhice, vivenciando de forma plena cada estágio da vida.
Marcia Amado Bessa é enfermeira e escreve para o ótimo blog Cine Amado