Sétimo Continente
Nesta segunda parte de minha cobertura para curta-metragens, o Festival não deixou a desejar.
Ao Amanhecer entrou na minha lista como um dos projetos mais impactantes que já vi. Trata-se de três jovens que comemoram a formatura do ensino médio em uma praia de lugar remoto da França. Após avistar um barco, eles assumem a aventura, mas acabam parando no meio do nada, sem abrigo, comida, roupas apropriadas e sem nenhuma direção de onde estavam.
Aos poucos, os adolescentes começam a ficar inquietos, o desespero bate até o ponto de alguns ficarem mais lúcidos do que outros. O senso de monotonia é muito bem empregado pela direção, já que com a câmera estática é possível fazer grandiosos planos para ressaltar o isolamento dos personagens do mar, assim como a própria falta do que fazer. A maquiagem desempenha um papel importante também, já que o frio faz com que ninguém consiga dormir e, dessa forma, o tempo cronológico é perceptível pelas olheiras que cada um passa a ter.
É um excelente filme de suspense psicológico que trabalha muito bem os efeitos que nós temos frente ao desamparo e, depois, as consequencias que isso traz quando voltamos ao estado normal.
Além dos personagens adolescentes, semelhante temática tem-se também com atores mirins em outro curta, e cuja química e atuação foram essenciais para que fosse bem sucedido e, felizmente, o é! Fera, uma produção da região de Quebec, conta a história de duas crianças que, aparentemente, possuem suas próprias regras, já que passam o dia desafiando um ao outro em brincadeiras perigosas e, sem sinal nenhum de adultos por perto, acabam se encontrando em uma situação que muda as suas vidas.
O que é interessante nessa produção é que, normalmente, quando temos crianças no roteiro de um filme, presenciamos narrativas sutis e que trabalham com a inocência ou as dores do crescimento… Continua a leitura