James Dean
“Ao trazer à tona a dolorosa lembrança de ter perdido a mãe aos nove anos (fato que nos é apresentado em um belo dialogo em um vagão de trem), o filme nos permite adentrar nas camadas daquela personalidade, desnudando a imagem de mito que o garoto começava a construir e que, tragicamente, alcançaria níveis absurdos nos meses seguintes”
Por João Paulo Barreto
O mais significativo acerto de Life – Um Retrato de James Dean está na escolha do diretor Anton Corbijn e do roteirista Luke Davies em apresentar a lenda do jovem ator morto aos 24 anos de um modo que, apesar de descortinar suas falhas e inseguranças, mantém a sua personalidade intrigante para, aos poucos, inserir o espectador na vida pessoal e repleta de fragilidades emocionais de um mito.
Trata-se de uma construção lenta do personagem, que vai tendo suas camadas desvendadas ao espectador pouco a pouco para, em uma declamação poética final, ser desnudado por completo.
Aqui, conhecemos Dean no período logo após o lançamento do clássico de Elian Kazan, Vidas Amargas, de 1954, meses antes do inicio das gravações de Juventude Transviada, o filme que o transformaria em um ídolo mundial.