Crítica

Com Rodrigo Santoro e Morgan Freeman: crítica Bem Hur – Por que?

Ben Hur – Rodrigo Santoro

Ao invés de sofrer com 120 minutos disso, é mais valoroso gastar 210 minutos diante do monumento dirigido por William Wyler

Por João Paulo Barreto

A primeira pergunta que vem à mente ao saber das intenções de se refilmar o monumento absoluto, vencedor de 11 Oscars, Ben Hur é: por que? Ao se cogitar atualizar um clássico definitivo da Hollywood dos anos 1950 (que já se tratava de uma refilmagem, friso) para um exemplar em 3D, com atores inexpressivos e, claro, a narração em off de Morgan Freeman a reafirmar-se como a suposta marca de um projeto que se (hum hum) pretende se levar a sério, o novo Ben Hur já se consolida desde os seu primeiros momentos como um erro. Lembrar do roteiro escrito por Karl Tunberg e Gore Vidal em 1959 deprime.

Em uma trama equivocada, na qual as questões dos rebeldes dentro do império romano são inseridas de forma aleatória, como que para justificar apenas o fato de que um atentado contra a vida do imperador seja cometido justamente sob a guarda da família do protagonista tornando-o culpado pelo crime e exilado para a escravidão, o longa denota uma fragilidade gritante, na qual as motivações de seus personagens são tão risíveis que chegam a soar caricatas.

A começar pelo momento em que Messala (vivido pelo terrível Toby Kebbell), o irmão adotivo de Ben Hur, decide deixar a vida de luxo da família para se alistar no exército romano apenas pelo fato de que, para ele “o mundo é bem maior que o Egito”.

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