Moulin Rouge
Há toda uma magia nos musicais, há toda uma magia neste tipo de estrutura narrativa que me nos fazem, literalmente, sonhar com os olhos abertos. E o cinema soube muito bem se apropriar do poder de impacto que este tipo de filme exerce nas pessoas e produziu ao longo das décadas maravilhosos exemplos desta peculiar arte. Produzir um filme já é uma tarefa bastante complicada e desafiadora, imagina então arquitetar uma história toda, ou quase toda, musicada. A seguir discorreremos um pouco de cinco grandes musicais que o cinema produziu. Todos eles tiveram a competência de marcar a vida cinéfila de milhões pelo mundo, e alguns deles com certeza marcaram a história do cinema como exemplos de obras primas.
Cantando na Chuva (Singin´ in the rain, 1952)
Na história de Cantando na Chuva temos Don Lockwood (Gene Kelly) e Lina Lamont (Jean Hagen), dois dos astros mais famosos da época do cinema mudo em Hollywood. Seus filmes são sucesso de público e as revistas de fofocas apostam num relacionamento mais íntimo entre os dois, fato que não existe na realidade. Mas ai chega o cinema falado, que logo se torna a nova moda entre os espectadores. Decidido então a produzir um filme falado com o casal mais famoso do momento, Don e Lina precisam, entretanto superar as dificuldades do novo método de se fazer cinema, para conseguir manter a fama conquistada. Cantando na Chuva é uma obra prima do cinema e toda sua construção narrativa é arrebatadora, desde a abertura inicial, já com os acordes da canção que dá título ao filme e que é uma das mais marcantes da história do cinema. Apesar de não haver uma ordem na escolha desta lista, deve-se dizer que Singin´ in the rain pode e deve ser considerado o melhor musical de todos os tempos.
My Fair Lady (1964)
Henry Higgins (Rex Harrison), um intelectual e professor de fonética, aposta que conseguirá, no período máximo de seis meses, transformar Eliza Doolittle (Audrey Hepburn), uma simples florista de rua que não sabe falar direito, em uma dama. Mas a tarefa se mostra muito mais difícil do que tinha sido imaginada originalmente. My Fair Lady tem Audrey Hepburn em uma de suas atuações mais memoráveis, provando o porquê dela ter se transformado em um ícone do cinema mundial.
My Fair Lady
Mary Poppins (1964)
A história é ambientada em Londres, 1910. Um banqueiro, George Banks (David Tomlinson), resolve redigir um anúncio pedindo uma babá, após Michael (Matthew Garber) e Jane (Karen Dotrice), seus filhos, mais uma vez sumirem e fazerem Katie Nanna (Elsa Lanchester), a babá, pedir demissão. Na busca por uma nova babá, as crianças escrevem um anúncio, que difere bastante da nova babá que George pensa em contratar, tanto que depois de lê-lo o rasga em pedaços e joga na lareira. Porém, os pedaços de papel voam juntos até uma nuvem próxima, onde se encontra Mary Poppins (Julie Andrews). Mary Poppins então desce das nuvens até a casa dos Banks, usando um guarda-chuva mágico como pára-quedas. Ela conhece Mr. Banks e concorda em ficar com o trabalho. Michael e Jane ficam fascinados com Mary Poppins, pois ela é a babá dos sonhos. Mary Poppins é um dos projetos mais fascinantes e emblemáticos da Disney, tanto que 50 anos após seu lançamento o processo de desenvolvimento do projeto acabou virando um novo filme, Walt nos bastidores de Mary Poppins. Ademais, a sequência da dança com os pingüins entrou para a história do cinema como uma das mais amáveis.
Across The Universe (2007)
Um musical somente com músicas dos Beatles. É exatamente isso que faz de Across the Universe um filme marcante e inesquecível, sobretudo para os fãs da maior banda da história da música. A história, cheia de personagens inspirados nas músicas do Beatles, traz Jude, Prudence, Lucy e muito mais, escorrega às vezes no roteiro, principalmente na segunda parte da história. Evan Rachel Wood, no papel de Lucy, está adorável e belíssima. A participação de Bono Vox, do U2, é mais que especial. Uma linda homenagem aos garotos de Liverpool. A história do filme tem início em Liverpool, quando vemos o inglês Jude (Jim Sturgess) partindo para os EUA em busca de seu pai. Lá ele conhece Max (Joe Anderson), torna-se seu amigo e se apaixona pela irmã de Max, Lucy (Evan Rachel Wood). A partir daí, muitas histórias envolvendo os anos 60.
Across The Universe
Moulin Rouge – Amor em Vermelho (2001)
Para fechar com chave de ouro, temos Moulin Rouge. Na história, temos Christian (Ewan McGregor), um jovem escritor que possui um dom para a poesia e que enfrenta seu pai para poder se mudar para o bairro boêmio de Montmartre, em Paris. Lá ele recebe o apoio de Henri de Toulouse-Latrec (John Leguizamo), que o ajuda a participar da vida social e cultural do local, que gira em torno do Moulin Rouge, uma boate que possui um mundo próprio de sexo, drogas, adrenalina e Can-Can. Ao visitar o local, Christian logo se apaixona por Satine (Nicole Kidman), a mais bela cortesã de Paris e estrela maior do Moulin Rouge. É difícil escolher o elemento mais apaixonante em Moulin Rouge: a fotografia é fascinante, o figurino, idem. A dupla de protagonistas (Ewan McGregor e Nicole Kidman) possui uma química pouca vezes vistas no cinema e a trilha sonora, a verdadeira cereja do bolo. Apesar de ser ambientado no passado, Moulin Rouge traz na trilha canções de Madonna, Nirvana e David Bowie, e ainda a versão que fez ressurgir a então não tão famosa música de Elton John: Your Song. É difícil escutá-la e não se lembrar da sequência envolvendo Christian e Satine.