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Confira série especial Vítimas do Machismo

Portrait of woman

“Me sentia nas mãos dele, numa dependência doentia, mas que, de certa forma, sustentava, diante da relação conflituosa que eu tinha com minha família. Ele bebia e, quando estava alcoolizado, me desrespeitava de todas as formas”, conta Selma*.

A cada uma hora e meia uma mulher é assassinada no Brasil. Não é pelo tráfico. Não é por latrocínio. Elas morrem apenas pelo fato de serem mulheres e por seus homens a considerarem propriedade deles.

Este crime recebe o nome de feminicídio, tradução de femicide (femicídio) mais usado na América Latina. O termo passou a ser reconhecido principalmente em março de 2015, com a sanção da lei que o tornou uma qualificadora do homicídio.

Os números chocantes não param no espaço de tempo entre uma morte e outra. Estima-se que, entre 2001 e 2011, tenham ocorrido mais de 50 mil homicídios motivados por misoginia. Com isto, o Brasil se torna o sétimo país que mais mata mulheres no mundo.

“Me sentia nas mãos dele, numa dependência doentia, mas que, de certa forma, sustentava, diante da relação conflituosa que eu tinha com minha família. Ele bebia e, quando estava alcoolizado, me desrespeitava de todas as formas”, conta Selma*.

Para a defensora pública Rosana Leite – que estreia esta quinta-feira como colunista do Feminino e Além -, o feminicídio é justificado socioculturalmente. “Pela história de dominação da mulher pelo homem. Muitos anos se passaram para que a legítima defesa da honra não fosse mais considerada atenuante em assassinatos de mulheres”, afirma Rosana, presidente do Conselho Estadual dos Direitos da Mulher do Estado de Mato Grosso.

Dentro do Brasil, é possível notar uma variação dos números do crime, de acordo com os estados: enquanto no Espírito Santo, em primeiro lugar no ranking pela pesquisa do Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada (Ipea), são assassinadas 11 mulheres a cada 100 mil, no Piauí o número cai para 5.

Confira especial aqui.

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