Crítica

Crítica “7 Desejos”: um leve terror adolescente

7 Desejos

Filme estreou nesta semana nos cinemas do país com fórmula que encontramos em muitos filmes do gênero

O dilema por trás da trama do terror “7 Desejos”, estreia da semana nos cinemas do país, só existe de forma mais acintosa por que a protagonista e grande parte dos personagens são adolescentes. Imagina você ter o poder de ter os seus desejos sendo realizados, porém com a contrapartida de ver alguém do seu núcleo de convivência morrer a cada desejo realizado? Um ser humano adulto e com mínima razão iria escolher (deveria) ter os seus parentes e amigos vivos ao invés de alguns desejos realizados.

Porém no universo de Clare Shannon (Joey King), uma garota de 17 anos que está tentando sobreviver a vida de estudante, esse dilema até se mostra pertinente. Garota que sofre com o pai, que sempre a envergonha ao catar lixo em frente a escola que estuda, sofre com as meninas mais populares do colégio, sofre por não ver o seu amor correspondido…

Tudo isto até que seu pai (Ryan Phillippe) encontra uma antiga caixa de música e lhe dá de presente. O que a garota vem a descobrir é que a misteriosa caixa pode lhe conceder 7 desejos (em exibição na rede Orient) e com eles ela pode ter a chance de conquistar tudo o que quer.

E será desta relação entre desejos e a contrapartida que o filme vai se sustentar, de forma corrida e por vezes atrapalhada, mas entregando ao final um leve e adolescente filme de terror.

Sim, o que mais chama atenção no roteiro é a velocidade dos acontecimentos, quase que em ritmo de vídeo clipe. Com 5 minutos já sabemos de absolutamente tudo da trama, e o que vem depois é somente a consequência da premissa.

É quase que instantâneo a relação entre desejos e mortes, o que acaba prejudicando na tensão que o filme deveria proporcionar ao espectador. Seria bem mais interessante se demorássemos mais para descobrir quem e como seria a morte que a caixa de desejos iria produzir.

Filmes como Premonição trabalharam de forma muito mais inteligente esta dinâmica de criar situações criativas de morte. Porque não são assassinatos, são ‘acidentes’. Todos acontecidos de forma simples e quase que clichê. Talvez a mais tensa e criativa tenha sido a que acontece no elevador de um hotel/na rua. A câmera faz um jogo criativo (mas já visto), onde o espectador fica imaginando qual das duas situações terá um desfecho trágico e qual terá o personagem com vida ao final.

O desfecho, por sinal, é óbvio e desde o início já sabemos que isto poderia ocorrer. A ideia de que alguém vai dar continuidade a maldição também é esperada.

Ao fim do filme, com os seus altos e baixos, fica como resultado final um filme de terror, leve e voltado para o público adolescente. Os temas abordados são desse grupo e eles terão mais identificação com os personagens e as situações.

“7 Desejos”, mesmo pecando em diversas situações, não deixa de ser entretenimento leve e divertido.

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