Crítica

Crítica A Forma da Água | será o grande vencedor do Oscar?

The Shape of Water

Dirigido por Guillermo del Toro. Roteirizado por Guillermo del Toro, Vanessa Taylor. Elenco: Sally Hawkins, Michael Shannon, Richard Jenkins, Doug Jones, Lauren Lee Smith, Michael Stuhlbarg, Octavia Spencer

Por Gabriella Tomasi

A Forma da Água fez história no cinema, pois em 2018 quebrou o recorde de 13 indicações ao Oscar, inclusive na categoria de Melhor Filme e é um dos favoritos a sair vencedor em várias delas. O cineasta mexicano Guillermo del Toro, mais conhecido pelo seu filme O Labirinto do Fauno (2006) e Hellboy (2004), nos traz mais um enredo de fantasia, suspense e conto de fadas. Na trama, ambientada nos anos 60 em plena Guerra Fria, Elisa (Hawkins) é uma zeladora muda que trabalha em um laboratório, onde um animal exótico da Amazônia (Jones) foi levado para ser dissecado. Quando Elisa se apaixona pela criatura, ela elabora um plano para ajudá-lo a escapar.

A maior conquista de del Toro neste longa é falar, essencialmente, sobre minorias, sobre preconceitos e como lidamos com o “diferente”. Neste aspecto o roteiro desenvolve lindamente todos os dramas de cada personagem: Elisa é muda e, portanto, vive isolada das demais pessoas, tendo como única amiga Zelda (Spencer) e seu vizinho Giles (Jenkins). Já este, possui um “segredo” que descobrimos mais tarde na narrativa e passamos a entender melhor por que ele compartilha da mesma solidão da protagonista e por que ele é “condenado” a viver “escondido”, como se ambos estivessem inseguros de se exporem ao mundo. Strickland (Shannon), por sua vez, é a reencarnação de nossos preconceitos, de todos os medos, angústias e frustrações que advêm deles, se revelando tão frágil quanto os demais.  Não é à toa, pois, que superficialmente ele pareça forte, polido, potente, vivendo o “sonho americano” com sua esposa troféu, mas em contrapartida seus defeitos aparecem fisicamente (reparem que ele é quem mais se acidenta no filme) e sua vaidade vai decaindo, como seus dedos apodrecendo cada vez mais que ele se sente ameaçado pelas pessoas em sua volta. Continua a leitura

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