A Incrível Jornada de Jacqueline
“E é justamente no apelo cômico das situações nonsenses em que ele se envolve que se resume os pontos positivos desta obra sem grandes ambições”
Por João Paulo Barreto
É curiosa a atração que o cinema tem pelos underdogs. Diversos filmes já abordaram uma história que traz alguém cujas chances de conseguir êxito em uma missão auto-imposta são mínimas, mas que, nesse intento, acaba por cativar personagens descrentes e, claro, o espectador. Vide Forrest Gump ou, mais recentemente, Eddie theEagle. Curiosamente, é uma fórmula que raramente erra no sentido de causar empatia entre o público e o protagonista.
O mais novo exemplar desse tipo de filmografia é o francês A Vaca (tradução literal do La Vache, que no Brasil ganha um título fácil para o público: A Incrível Jornada de Jacqueline.) Aqui, Fahad, um agricultor da Argélia, tem no amor e cuidado com a sua vaca (a Jacqueline do título) sua motivação para o trabalho com o animal leiteiro. Após anos de tentativas de inscrições frustradas, Fahad recebe um convite dos organizadores da feira agropecuária de Paris para exibir seu bicho de estimação no evento. O único detalhe é que a feira não banca os custos da viagem, e Fahad decide ir a pé da Argélia à Paris.