Crítica

Crítica A Viagem de meu pai: uma mescla de tristeza e simpatia

A Viagem de Meu Pai

“Em seu roteiro, Le Guay insere diversas situações que servem para denotar esse contraste na relação de ambos, levando a percepção de que os esforços fieis e constantes da filha perante as dificuldades naquela relação a mantém em um limite emocional constante”

Por João Paulo Barreto

Há uma melancolia disfarçada em A Viagem de meu pai, novo trabalho do diretor Philippe Le Guay (A mulheres do sexto andar e Pedalando com Molière). Tal melancolia representa de modo doloroso as dificuldades que a suposta “melhor idade” traz para a vida do idoso Claude, vivido com graça e carisma pelo veterano Jean Rocherfort, em uma mescla de tristeza e simpatia.

No entanto, apesar de um filme genuinamente triste e que foca nos percalços de um senhor com demência, acaba conseguindo representar bem o modo como os períodos transitórios e repletos de dificuldade de uma vida em sua fase final alteram não somente a sua existência, como, também, a das pessoas que o cercam. É o caso da relação de Claude com sua filha, Carole (Sandrine Kiberlain), que tem na obrigação de cuidar do pai seu mais instável problema.

Shares: