Crítica

Crítica Alien: Covenant – Bom, ruim, ótimo ou uma nova obra-prima?

Alien Covenant

“David, a propósito, é o melhor personagem do filme. O único com um objetivo concreto, mesmo que insano, e que consegue levá-lo à frente de modo ao mesmo tempo brutal e sutil”

Por João Paulo Barreto

Há uma percepção de que Ridley Scott busca, em Alien: Covenant, provar ao espectador que ainda é capaz de causar a mesma sensação claustrofóbica que conseguiu criar em 1979, com a sua incursão original no terror gerado pela criatura desenhada por H.R. Giger. No entanto, apesar de conseguir trazer de volta o horror e o gore, existe uma clara perda da eficiente ambientação de mistério seguida de catarse em detrimento de um espetáculo visual calcado apenas no uso da criatura como elemento artificial de ação descerebrada.

Surpreendendo pelo fato de trazer astronautas treinados entrando em um mundo completamente desprovidos de roupas especiais (ok, sem isso não haveria filme, mas…), o roteiro de John Logan e Dante Harper até consegue criar bons momentos para os fãs do gênero, quando vemos criaturas hibridas da forma de vida alienígena clássica surgirem de dentro do corpo de dois dos tripulantes. Do mesmo modo, ao observarmos o robô David (Fassbender, excelente) chegando ao planeta originalmente habitado pelos engenheiros criadores da vida na Terra (um dos momentos mais aterradores do longa).

David, a propósito, é o melhor personagem do filme. O único com um objetivo concreto, mesmo que insano, e que consegue levá-lo à frente de modo ao mesmo tempo brutal e sutil.

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