The Fall
Segunda temporada da série deu um banho de roteiro e elevou o status da história do serial killer; Gillian Anderson foi grande destaque
Por Luis Fernando Pereira
A segunda temporada da série britânica The Fall acabou de ser disponibilizada pela Netflix e as razões para os assinantes correrem agora mesmo para assistir são inúmeras: um roteiro inteligente, aliado a atuações dignas de aplausos, unido aos elementos técnicos (trilha sonora e fotografia). E olha que estes são somente alguns dos ingredientes de uma das melhores séries atuais.
Criada por Allan Cubitt, a série apresenta em sua segunda temporada novamente os trabalhos da detetive Stella Gibson (Gillian Anderson, de Arquivo X) para investigar os crimes que vêm sendo cometidos por um serial killer na região de Belfast, Irlanda do Norte.
Nós já sabemos quem ele é: Paul Spector (Jamie Dornan, de 50 Tons de Cinza), um homem casado e com uma filha pequena, que não consegue conter seu desejo de atacar mulheres e que chega a se envolver nesta nova passagem da história com uma adolescente.
O mais interessante de The Fall nestas duas temporadas é o ritmo aparentemente lento da narrativa. Não há no roteiro nenhum sentimento de urgência para que o público veja sangue ou veja Paul matando. Os diálogos, sofisticados e inteligentes, unidos a atmosfera bem sombria e gélida dão o tom da trama nesta segunda temporada. E mais do que nunca temos na segunda temporada uma continuação direta da história. Nada muda, não há adição de muitos personagens, não há saltos temporais e nem mudança de endereços.
Todos os personagens permanecem na mesma: Stella continua sendo questionada pelas suas ações, e nesta temporada acaba vindo à tona a relação dela com o detetive morto logo nos primeiros episódios da série. Paul também continua o mesmo, só que agora buscando corrigir os erros de seus atos passados, como ter deixado sua última vítima sobreviver. Ele ainda verá sua identidade ser parcialmente revelada por uma de suas primeiras relações e fará de tudo para se vingar dela.
Gillian Anderson e Jamie Dornan
Para você que busca somente uma grande razão para assistir a segunda temporada de The Fall, eis aqui ela: a relação dos personagens de Gillian Anderson e Jamie Dornan. Eles construíram uma relação de dependência um com o outro que impressiona bastante e que certamente pode ser considerada a espinha dorsal da série até aqui. Ao final da temporada percebemos que um pode ser considerado extensão do outro.
Com o final da temporada também surgiu um importante questionamento: o que acontecerá daqui para frente? Não sabemos ainda se a série terá uma terceira temporada, porém com o desfecho da principal história até aqui, fica a dúvida de como The Fall poderia ter continuidade. Óbvio que não falta serial killer na Irlanda (ou reino Unido), mas será interessante ver qual o caminho que os produtores pretendem seguir daqui para frente.
Uma das possíveis respostas reside em outro grande destaque da segunda temporada da série: a personagem Katie (Aisling Franciosi), a babá que desde o início já tinha uma função importante, mas que neste ponto da história cresceu de tal modo que chegou em alguns momentos a estar no mesmo nível de Paul. Dependendo do que aconteça em relação ao futuro da série, ela poderá ser uma peça chave em uma nova história, pois Paul plantou nela toda a semente necessária para nascer ali uma nova psicopata. .
The Fall terminou sua segunda temporada de forma brilhante. Os dois últimos episódios uniram tensão e drama de tal forma que era impossível picar os olhos. Tudo funcionou direito, desde as atuações até a trilha sonora, passando pela edição, fotografia, direção e tudo o mais. Uma série de gente grande e para gente grande.