Crítica Dois Caras Legais
“No final, a impressão é a de que os realizadores se divertiram no processo de criação tanto quanto o público se diverte conferindo aquela trama”
Por João Paulo Barreto
Shane Black tinha uma fama de roteirista de qualidade que o precedia quando estreou na direção de seu primeiro longa metragem em 2005. Na ocasião, Beijos e Tiros foi recebido de forma calorosa por seus diálogos rápidos, direção dinâmica, excelente química entre os protagonistas (Val Kilmer e Robert Downey Jr. estavam perfeitos em seus papeis) e uma trilha sonora inspirada. Black conseguira acertar novamente na criação de personagens marcantes, algo que havia feito de modo inspirado quando deu vida à dupla de policiais Martin Riggs e Roger Murtaugh vivida por Mel Gibson e Danny Glover no já clássico Máquina Mortífera.
Com uma recepção fria do seu regular Homem de Ferro 3, foi com curiosidade que acompanhei a sessão de Dois Caras Legais, seu novo filme. E, de fato, Black não decepcionou. Voltando à fórmula que o consagrou, ao unir dois protagonistas dispares e que têm justamente nessa química de opostos o que realmente os torna interessantes para o público, o diretor e roteirista encontra em Russell Crowe e Ryan Gosling a dupla ideal para gerar boas piadas em momentos inspirados.