Dunkirk
“Como dizer que um diretor que fez excepcionais blockbusters em sua carreira simplesmente não faz arte?”
Por NoSet
Se você acha que é difícil falar sobre filmes que se baseiam em adaptações de quadrinhos porque a paixão intensa costuma falar mais alto e qualquer debate tem grande potencial de virar um campo de batalha, espere até lidar com a filmografia de Christopher Nolan. Se você também eventualmente se cansou de ver o cinema ser transformado em briga de futebol, lhe digo que está no caminho certo. Qualquer tipo de polarização tende a prejudicar nossa experiência como expectador e a simplificar a arte em termos de definições simplórias; o “filme pipoca” vs “filme de arte” é uma das mais famosas e da qual mais discordo. Não que não existam filmes que se adequem claramente a certos tipos de público, mas todo cinema é arte, porque não? O cineasta citado, de fato, é um cineasta acima da média, como prova sua excelente filmografia. Como dizer que um diretor que fez excepcionais blockbusters em sua carreira simplesmente não faz arte? O que mais importa no cinema é a narrativa, isto é, a maneira como você conta uma história. Apesar de não ser um cineasta perfeito, é inegável que seu mais novo longa, Dunkirk, é resultado das mãos talentosas de um regente experiente e ciente do poder da narrativa audiovisual, e não é necessário exclusivamente amá-lo ou odiá-lo para que se reconheça isso.
No filme, os eventos históricos da Operação Dínamo, ocorrida entre o final de maio e começo de junho, durante a 2ª Guerra Mundial, em 1940, são contados através do ponto de vista de soldados britânicos e franceses em meio a uma gigantesca missão de evacuação de tropas aliadas. Cercados pelo exército alemão e encurralados na costa da cidade de Dunquerque, na França, os mais de 300.000…