Crítica

Crítica “Escobar – A Traição”: amor e drogas em filmaço de Javier Bardem

 Penélope Cruz dá vida a Virginia, uma das mulheres mais importantes de Pablo Escobar; filme estreia nesta semana e é imperdível

Os amantes de Narcos, sobretudo das duas primeiras temporadas, podem ver no filme “Escobar – A Traição”, com estreia marcada para esta semana, um interessante complemento para a série criada pela Netflix que contou (nas duas primeiras temporadas) a história de Pablo Escobar, uma das figuras mais icônicas da América Latina nos anos 1980/1990.

Agora se você não viu a série, então o filme se eleva a categoria de documento histórico imperdível, adicionado a um drama que prende o espectador do início ao fim. Mesmo com alguns, mínimos, incômodos, a sessão de “Escobar: A Traição” é umas das imperdíveis dos cinemas nestas próximas semanas.

“Escobar – A Traição” mostra a ascensão e queda do mais temido traficante do mundo, Pablo Escobar (Javier Bardem) e seu relacionamento perigoso com a jornalista mais famosa da Colômbia, Virginia Vallejo (Penélope Cruz), através de um reino de terror que dividiu o país.

Quando fazemos logo de início a comparação com Narcos, é pelo simples fato da série abordar praticamente todas as questões vistas no filme, desde o momento em que Pablo conhece Virginia, a sua ascensão ao poder, a sua curta vida política, os seus momentos de fúria (o ápice quando mandou explodir um avião), e a sua crescente decadência. Se na série temos todos estes momentos bem aprofundados, o filme trata de condensar, até mesmo para caber no formato cinema, com duas horas de duração.

Se faltam detalhes, como nos casos da explosão do avião da Avianca, ou do assassinato do ministro da justiça, o filme compensa pelas atuações magistrais de Javier Bardem como Escobar e Penélope Cruz como Virginia. O filme é deles dois, e somente deles, se diferenciando totalmente da série, para voltar a comparação.

Em “Escobar – A Traição” o FBI, a caçada a Pablo, e todo o processo de investigação que culminou na morte de Escobar é colocada de lado para dar mais ênfase a história de Pablo e Virginia, e para mostrar, de forma mais resumida, toda a vida de Escobar.

Loving Pablo

E é incrível como são muitos estes momentos. Desde o início, quando ele reúne pela primeira vez o que seria o cartel de Cali, ascende ao poder, e vira um congressista, vemos os momentos marcantes do filme. A sua disputa pública com o ministro da justiça, a sua expulsão da política, o começo de sua vingança, com a morte de políticos, do editor chefe do jornal que fazia oposição a ele, a explosão do avião da Avianca, a sua prisão, que mais virou um hotel, a morte de seus sócios, o que viria a ser definido com o início de seu fim. As suas fugas, caçadas, e por último, mas não menos importante, a relação de Escobar com os seus filhos e a sua esposa legítima.

Todos estes momentos são mostrados no filme de forma – ora didática, ora com licença poética. São muitos os momentos do filme que marcam, mas ao seu fim o que fica são as duas atuações principais, de Javier e Penélope, como destaques do filme. Peter Sarsgaard também ganha destaque, mas abaixo de ambos.

Com a direção bem segura de Fernando León de Aranoa, “Escobar – A Traição” acaba sendo daqueles filmes que servem como documento histórico, fonte de conhecimento. O roteiro, que utiliza aquele clichê cada vez mais saturado de começar por algum momento mais para o fim, e ai retornar para o ponto de início, tem este incômodo e somente ele. De resto é bem abrangente e ao mesmo tempo consegue criar um vínculo emocional do espectador com a história e com os personagens, a função primordial de um bom filme.

“Escobar – A Traição” estreia nos cinemas dia 23 de agosto e se mostra desde os seus segundos iniciais como imperdível.

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