Música

Crítica: Espetáculo Eureka encanta em turnê pelo Brasil

Espetáculo Eureka

Companhia Kataklò Athletic Dance Theatre apresentou o espetáculo Eureka em cinco capitais do país e Salvador foi a última delas

A companhia italiana Kataklò Athletic Dance Theatre desembarcou no Brasil em outubro com a missão de fazer de seu novo espetáculo, Eureka, uma ferramenta de união e alegria em meio a uma séries de acontecimentos não tão bons que o Brasil tem vivido em 2019. União é o que mais prega o espetáculo e quem foi ao Teatro Castro Alves na noite desta terça, dia 12 de novembro, pôde receber um pouco deste sentimento tão saudável.

O espetáculo foi interpretado por atletas-bailarinos, e desde o início é perceptível que a dança que a companhia produz traz uma junção com o esporte, mas também com o teatro. Esse flerte com outras formas de manifestação é um dos trunfos de Eureka, que trouxe ao Brasil seis ótimos dançarinos/atletas que por quase duas horas encantaram o público presente no teatro, que estava bem cheio para uma noite de terça.

A SulAmérica, patrocinadora do espetáculo no Brasil, também fez um grande trabalho de divulgação. O espetáculo integrou o Circuito SulAmérica de Música e Movimento, programa de fomento da seguradora SulAmérica que investe em ações para o desenvolvimento social e cultural por meio da arte, música e dança, trazendo uma agenda diversificada durante o ano todo nas diversas regiões do país.

Eureka, de Giulia Staccioli
Eureka (do grego “encontrei”) refere-se à famosa exclamação do matemático grego Arquimedes para comemorar e compartilhar com seu povo uma descoberta surpreendente que acabara de acontecer. Desde os primeiros passos, apresentados sob a atmosfera da palavra Ideia, que durante boa parte do primeiro ato domina o espetáculo e faz o público perceber que é da ideia que nasce a evolução, o novo, seja no campo social, seja no campo das artes, seja no campo dos costumes.

Dividido em dois atos, o primeiro é mais poético, intimista e em cores mais uniformes, trazendo uma trilha sonora que emociona por si só. Lenta, a primeira parte do espetáculo encanta por carregar nos passos dos dançarinos vários simbolismos que o público tenta decifrar.

O segundo ato começa com uma canção dos Beatles, Help, e esta escolha já mostra um pouco como será a narrativa daqui para frente: intensa, e enérgica, como eles próprios definem. Colorido, com mais participação dos convidados locais, a segunda parte do espetáculo simula uma festa em todas as suas fases, desde o ápice da alegria até a famosa ressaca. Nesse contexto, todos os passos, e todas as expressões, faciais e sonoras, casam bem com a dança.

Espetáculo Eureka

Espectadores tornam-se protagonistas
Em Eureka, os jovens artistas têm uma nova responsabilidade e uma dificuldade imensa, difícil de gerir: a de compartilhar o palco com algumas pessoas do público desejosas de participarem de uma maneira ativa e performática para o sucesso do show. Os espectadores-atores tornam-se assim, em cada apresentação, componentes únicos e originais para a encenação daquela ideia extraordinária que Staccioli deseja oferecer.

Os dançarinos são todos formados na Accademia Kataklò Giulia Staccioli, a primeira academia de formação e treinamento profissional dedicada a artistas de Teatro Atlético de Dança, criada em Milão em 2010, dentro do DanceHaus Susanna Beltrami.

Um espetáculo pulsante e alegre, numa super produção bem acabada e pensada em todos os seus detalhes. É tão bom quando se pensa em produzir espetáculos de dança que flertam com outras artes e que traz para o público uma experiência completa e inesquecível.

Giulia Staccioli, Diretora Artística
Coreógrafa, autora e diretora, Giulia Staccioli funda a companhia Kataklò Athletic Dance Theatre em 1995, por cuja direção artística responde até hoje. Atleta olímpica de ginástica rítmica (Los Angeles 1984 e Seul 1988), decide ir para Nova York a fim de estudar no Alvin Ailey Studio.

Por ocasião da 69ª edição do Festival de Sanremo (2019), Giulia Staccioli cria a coreografia para Kataklò, que acompanha Arisa, juntamente com Tony Hadley na noite dos duetos.

Kataklò Athletic Dance Theatre
A criatividade de Giulia Staccioli é a mola propulsora de Kataklò, companhia estável e independente, com mais de 15 anos de sucesso. Resposta às grandes produções, é uma alternativa que demonstra a existência, na Itália, de uma realidade ligada à dança que, com espetáculos autoproduzidos, lota os teatros de todo o mundo. O nome Kataklò origina-se no grego antigo e significa “danço dobrando e retorcendo meu corpo”.

O método criativo de Giulia Staccioli, apoiado desde 2006 por Jessica Gandini, baseia-se em orientar os bailarinos envolvendo-os diretamente no processo de criação coreográfica. Uma ideia artística seminal é desenvolvida ao longo de sucessivas sessões de improvisação, estimulando, assim, cada artista a experimentar e desenvolver seu talento criativo.

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