Crítica

Crítica Eu Não Sou um Homem Fácil: leve e divertido, mas esquecível

Crítica Eu Não Sou um Homem Fácil

Dirigido por Eleonore Pourriat. Roteirizado por Eleonore Pourriat, Ariane Fert. Elenco: Vincent Elbaz, Marie-Sophie Ferdane, Pierre Benezit, Moon Dailly, Blanche Gardin, Camille Landru-Girardet, Céline Menville

Por Gabriella Tomasi

Em certo momento do filme O Sol é Para Todos (1962), uma das mais famosas e icônicas frases do cinema fora dita: “Você nunca entenderá uma pessoa até considerar as coisas de seu ponto de vista, até você entrar na pele dela e dar uma volta por aí”. Bom, essa psicologia de colocar si mesmo no lugar do outro é o que explora Eu Não Sou um Homem Fácil, filme original da Netflix. Trata-se de uma divertida paródia sobre o clichê sexista das comédias românticas, na qual o protagonista Damien (Elbaz), o típico garanhão macho de repente acorda em um mundo dominado por mulheres onde os papéis dos gêneros são invertidos. Eventualmente, ele acaba se apaixonando por uma poderosa e famosa escritora chamada Alexandra (Ferdane).

Com uma temática muito original, o longa traz importantes e valiosos questionamentos acerca do tratamento que o universo patriarcal dá ao sexo feminino, desde as mais sérias como a questão do sexo consentido; os assédios nas ruas; a diferença das posições que homens e mulheres ocupam dentro do ambiente de trabalho; as pressões cotidianas; assim como as mais sutis como ganhar no poker com um par de damas quando sua colega mostra um par de reis, homens fazendo pole dance em boates ou propagandas de moda espalhadas pela cidade de Paris. Aliás, é interessante notar a troca de profissões que acontece, colocando a mulher como a provedora do sustento da família em trabalhos tipicamente masculinos como açougueira ou motorista de táxi, levando a momentos extremamente leves e divertidos como o asco provocado na mulher quando se depara com os pêlos naturais no peito do protagonista. Continua a leitura

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