The Voice Brasil
Quarta temporada do reality show da Rede Globo acabou na noite desta sexta-feira e coroou Renato Vianna como grande vencedor
E lá se foi mais uma temporada do principal reality show musical do país, e atualmente a principal franquia de realitys do gênero no mundo. O The Voice Brasil terminou a sua quarta temporada e o saldo final não foi nada bom: baixa audiência, péssimos técnicos, cantores razoáveis e uma produção desleixada. Porém, mesmo com todos estes problemas, o grande vencedor da noite, Renato Vianna, deixa o programa como uma promessa de que agora sim a franquia vai produzir enfim um popstar.
Sim, porque até agora tivemos promessas, grandes talentos, mas, há de mencionar, nenhum nome de destaque nacional. Ellen Oléria foi talvez quem mais chegou perto, porém sua vibe mais MPB a deixou num universo que já possui dezenas de nomes tão bons ou melhores que ela, dificultando assim o seu crescimento comercial.
Renato Vianna deixa o programa arrebatando os corações das meninas, entretanto seu talento vale muito mais que o seu rosto bonito. Sua voz diferenciada e suas escolhas musicais o credenciam para alcançar, senão o topo, ao menos os primeiros lugares das listas de mais vendidos. Se ele souber produzir bem seu futuro álbum, e com uma boa assessoria, ele pode, enfim, colocar um ex The Voice nos principais charts de mais vendidos da música brasileira.
Conheça Renato Vianna
Conheça Ayrton Montarroyos
A quarta temporada foi boa?
Cá entre nós, esta temporada foi de longe a pior até aqui. Não houve técnico que não tenha passado por situações constrangedoras. Tivemos Lulu Santos boicotando cantores de sua equipe, tivemos Claudia Leitte sendo cortada em meio a fala, tivemos Carlinhos Brown sendo extremamente chato… e tivemos Michel Teló, o grande campeão desta edição. Porém, se fizermos uma enquete com o público e perguntarmos quem é o técnico de Renato Vianna, poucos saberão dizer logo de cara que é Michel Teló.
Por quê?
Porque o The Voice Brasil, diferente de todos os outros, não incentiva a relação de técnico e cantor. É como se Lulu Santos escolhesse a sua equipe, e depois deixasse eles se virarem sozinhos. Não há conexão, não há amizade, não há nada. Não tem porque um candidato agradecer o seu técnico por nada, pois Claudia, Lulu, Michel e Carlinhos são e sempre foram jurados, e tão somente isso. Então quando um dos candidatos chamou o programa de show de calouros, era para eles abaixarem a cabeça e reconhecer que de fato o The Voice Brasil é um programa de calouros, com cantores e jurados.
The Voice Brasil
Ano que vem
Ano que vem o The Voice retorna, a sua quinta temporada foi confirmada. Nada aparentemente vai mudar – inclusive os técnicos. Então o que podemos esperar? A resposta é: nada.
Mas caso eles saiam do comodismo e desejem ao menos modificar alguns detalhes, temos algumas dicas: privilegiem a edição, criem um roteiro e nunca deixem os técnicos improvisarem (eles não sabem, infelizmente); foquem na montagem do programa – início pra cima, meio do programa num ritmo menor e o grande acontecimento para o final. E foquem nos candidatos, e suas vidas, suas famílias, suas cidades, seus traumas…
É tudo?
Mesmo com tudo isso sendo implantado, ainda seria insuficiente para o programa ficar perfeito. Isso porque ainda falta a produção musical. É incrível como as músicas tocadas durante a temporada soam aleatórias. Ninguém pensa no setlist do programa e é por isso que vemos as piores músicas possíveis sendo cantadas pelos candidatos. Se existe algo difícil no The Voice Brasil, é você lembrar-se de apresentações épicas no reality.
Mas ainda assim, com todos os problemas, vale a pena sentar no sofá e espiar o programa. Primeiro porque não há nada de melhor qualidade na televisão aberta no Brasil. Mesmo com seus problemas, a produção é caprichada, quando quer. E segundo, porque é sempre bom assistir realitys musicais, está no DNA do americano e do brasileiro também.
Então em 2016 estaremos aqui, faça chuva ou faça sol. Criticando quando for ruim, e elogiando quando for bom.