GLOW
“O que não é à toa, já que o protagonismo feminino que agora Ruth, na série, tem a chance de participar é algo que naquela época ela não alcançava nos filmes, sendo uma pessoa que desesperadamente faz de tudo para conseguir um papel”
Por Gabriella Tomasi
Na plataforma da Netflix chega uma nova série ambientada nos anos 80. GLOW, ou Gorgeous Ladies of Wrestling (lindas mulheres da luta livre), acompanha Ruth Wilder (Alison Brie), uma atriz que se vê em extrema dificuldade em conseguir algum papel em Los Angeles, até que consegue um projeto inusitado para atuar como uma lutadora com outras mulheres. Sendo a sua única chance para ganhar dinheiro, já que sua vida encontra-se no fundo do poço, Ruth se doa completamente para se manter no emprego.
Como se presume, pode até parecer óbvio que uma série elencada e produzida quase exclusivamente por mulheres aborde e enalteça o universo feminino. Porém, GLOW vai muito além disso e, assim como no longa recém estreado Mulher-Maravilha, a série faz um estudo profundo do que significa ser mulher naquela época, principalmente para uma indústria tão machista e superficial como o cinema e a televisão.
É o que se extrai, inclusive, nos primeiros minutos do episódio piloto, no qual Ruth se encontra em mais um dos seus testes de elencos fracassados, lendo para um papel em uma série de televisão. Um discurso empoderador é realizado pela personagem até que a diretora do elenco a interrompe e diz que equivocadamente, Ruth está lendo o papel masculino. “Mas esse papel é muito mais interessante”, Ruth diz. E quando ela vai ler o papel correto, descobrimos que ela, na realidade, estava tentando o papel da secretária do personagem principal que o avisa de um telefonema da esposa. Uma participação que literalmente dura cinco segundos…Continua a leitura