Godzilla II
Sequência do bom Godzilla de 2014, este aqui erra em praticamente tudo; se fosse um trash até seria aceitável
Um filme com Millie Bob Brown e Vera Farmiga juntas tinha tudo para dar certo, correto? Millie vinda de Stranger Things e Vera de filmes e séries de terror. As duas estão à frente do novo Godzilla, desta vez com o subtítulo de “O Rei dos Monstros”. Tinha tudo para dar certo, mas ao fim da sessão o que vemos é uma história confusa, com atuações pífias, diálogos insípidos e uma fotografia que mais parece vinda de bordel, de tão escura.
O filme está em cartaz nos cinemas da Rede UCI Orient
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Entenda o filme: nesta continuação que se passa cinco anos após Godzilla (2014), os integrantes da agência Monarch precisam lidar com a súbita aparição de vários monstros, incluindo Mothra, Rodan e Ghidorah. Enquanto buscam uma aliança com o próprio Godzilla a fim de garantir o equilíbrio da Terra, os humanos acabam fazendo parte de uma grande disputa por poder protagonizada por titãs.
O que deu errado?
O começo de Godzilla já é preocupante. As primeiras cenas, entre Millie (Madison) e sua mãe, a Dra. Emma (Vera Farmiga) são até interessantes pois bem didaticamente já contextualiza a situação da sua família, e principalmente introduz o seu pai rapidamente na trama sem precisar sequer fazê-lo aparecer. Toda a história vai girar em torno do que é mostrado nos primeiros três minutos, com a nova experiência científica de Dra. Emma e toda a questão familiar envolvendo Madison e seus pais.
Os problemas começam logo nos minutos seguintes. Normalmente em filmes de terror ou de filmes desse gênero, temos uma primeira parte de preparação para nos momentos finais termos a ação propriamente dita. Esta escolha faz o espectador não enjoar em ver somente brigas de monstros, ou algo do tipo. Em Godzilla vemos logo nos primeiros minutos a ação começar e de forma desenfreada. A questão é que a parte dramática e a parte que requer que o público sinta empatia pelos personagens não foram desenvolvidas (nada de nada). Então todo o resto soa raso.
Fica difícil se importar com aqueles três personagens que fazem somente besteiras e que soltam a cada sequência frases de efeito moral, mas sem nenhuma densidade dramática, e muito menos veracidade. Ver uma criança buscando salvar o dia por várias vezes, sem nenhum adulto para impedir e de se estranhar. Ver os cientistas da história agindo como crianças também não conta muito. Cabe aos pais serem os protagonistas e fazerem o filme andar de modo razoável. Mas não é isso que acontece, pois Vera e Kyle atuaram nos seus modos automáticos e tiveram contra o fato do roteiro ser tão raso que chega a dar dó.
O filme foca na luta de monstros, e por conta disso ao menos se as lutas fossem bem feitas e de tirar o fôlego teríamos um resultado ao menos mediano. Porém não é o que acontece, e a fotografia, escura demais, simplesmente não permite que quem assista ao filme consiga ver os detalhes das lutas.
Assim, Godzilla II, que era para ser um dos filmes mais interessantes deste primeiro semestre, se perde em uma trama rasa e atuações medianas, e mostra, como contrapartida, um interessante início de nova era, a era dos monstros. Talvez o próximo filme, já com a chamada Liga dos Monstros, seja mais eficiente que este.