Crítica

Crítica Good Girls: subverter comportamento é nova regra em Hollywood

Good Girls

Comédia dramática americana reforça uma tendência entre os roteiristas americanos: as mulheres podem tudo, inclusive assaltar supermercados e matar assediadores

O episódio de estreia da nova série americana, Good Girls, não conseguiu apresentar nada de novo em termos de história, de roteiro, mas serve para consolidar uma tendência forte nos Estados Unidos, que o mundo segue, e que em alguns locais é até pioneiro: a tendência de colocar a mulher onde e como ela quiser.

De tempos para cá vimos mulheres na prisão, vimos mulheres mães que não aguentam mais esta função na vida, mulheres detetives, policial, advogadas, criminosas, e o mais recente exemplar mostrar um trio de mulheres que criaram uma espécie de gangue para assaltar um mercado americano e roubar o que elas achavam ser no máximo 30 mil dólares.

A premissa de Good Girls é esta e é bem simples: três mulheres em momentos simbólicos de suas vidas, com problemas das mais diversas ordens, inclusive e principalmente financeiras. Com este contexto favorável surge a ideia de assaltar o mercado onde uma delas trabalha. A ideia era pegar o que fica guardado no cofre, que segundo uma delas é cerca de 30 mil dólares.

Então, com uma premissa simples, qual a grande questão da série? Bem, antes de qualquer coisa, o grande chamariz da série é sem dúvida alguma a presença de Christina Hendricks, que vive Beth, uma dessas mulheres que se veem em situação desesperadora, pois além de ser traída pelo seu marido, vê todos os bens da família em perigo, inclusive a casa.

Mas respondendo melhor a questão, o grande elemento da série, a reviravolta, se dá quando o dinheiro que elas pretendiam roubar, e que seria cerca de 30 mil, se multiplica, chegando a mais de meio milhão de dólares. O que será que aconteceu?

No próprio episódio piloto é dada a explicação, que envolve gangues, tráfico de drogas e algumas coisas a mais que certamente serão adicionadas durante a temporada. Assim, as três, Beth, Ruby (interpretada por Retta) e Annie (Mae Whitman) terão que viver as mais loucas aventuras para quitar a dívida com a gangue, já que elas gastaram boa parte do que haviam roubado.

Como dissemos, a premissa não é inédita mas ao mesmo tempo ela trás algo de novo, que é esta tendência dos roteiros americanos de subverter cada vez mais o papel que se achava que a mulher tinha na sociedade. Esta ideia, ultrapassada, vem cada vez mais sendo demolida por roteiristas do mundo inteiro, que colocam mulheres como ladras, presidiárias, assassinas, heroínas, lutadoras de luta livre, etc.

Este mundo, não tão novo mas que vem se consolidado ainda, mostra que os tempos mudaram, e mesmo uma comédia como esta Good Girls pode indicar esta tendência de forma mais leve e descompromissada.

Good Girls está longe de ser uma grande série, ao menos se baseando no episódio piloto (que conta muito), mas já coloca seu pé na história recente da televisão ao solidificar a ideia de que mulheres podem ser tudo, inclusive assaltantes de mercado.

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