Jurassic World
Filme acaba sendo uma bela homenagem ao já clássico Parque dos Dinossauros (Jurassic Park); Chris Pratt novamente se destaca
Por Luis Fernando Pereira
Poucos podiam imaginar que nestes primeiros seis meses do ano alguns dos grandes destaques do cinema mundial fossem grandes blockbusters que normalmente são apedrejados por nós, críticos de cinema. Desde Velozes e Furiosos 7, de longe o mais interessante da franquia, passando por Vingadores 2 e Mad Max (que até jogou para outro nível a ideia de blockbuster), e agora, para fechar bem este pequeno ciclo de seis meses temos Jurassic World – O Mundo dos Dinossauros.
Jurassic World consegue uma junção bem eficiente de ação aos montes, cenas de aventura bem construídas e um roteiro eficiente que abre espaço para todas as perspectivas que um grande filme como este normalmente propõe: tem romance, tem o herói, o vilão, algumas crianças indefesas, problemas familiares… Enfim, todos os elementos já tradicionais em um filme grandioso produzido para agradar todos os membros de uma família, seja filho, pai, mãe…
Nova trama
A nova história começa com a abertura do Jurassic Park, localizado na ilha Nublar. Com isso, as pessoas podem conferir shows acrobáticos com dinossauros e até mesmo fazer passeios bem perto deles, já que agora estão domesticados. Entretanto, a equipe chefiada pela doutora Claire (Bryce Dallas Howard) passa a fazer experiências genéticas com os animais, de forma a criar novas espécies. Uma delas logo adquire inteligência bem mais alta, logo se tornando uma grande ameaça para a existência humana.
Não dá para não mencionar que alguns elementos da premissa de Jurassic World – O Mundo dos Dinossauros traz vagas, mas ainda assim, lembranças de O Planeta dos Macacos. Modificá-los geneticamente e por consequência fazê-los mais inteligente que o previsto é um ponto bem similar entre os dois filmes. Porém, enquanto que no filme dos macacos este elemento foi usado para construir uma espécie de revolução dos bichos, em Jurassic World o uso foi somente para criar um ser amedrontador, que será o fio condutor de parte do filme.
Pode parecer óbvio, mas os dinossauros são de fato o grande destaque da trama estrelada pelo talentoso Chris Pratt. A dinâmica construída entre o seu personagem (Owen Grady) e os velociraptors é muito bem construída, tanto pelos roteiristas, quanto pelo próprio ator, um dos mais carismáticos e competentes de sua geração. Assim, desde o início da história já sabemos que existe uma relação ‘de confiança’ entre eles, o que torna coerente as ações do desfecho da trama.
O trabalho de arte, aliado ao uso da tecnologia de ponta na criação dos efeitos especiais também foram fatores determinantes para o sucesso (comercial e narrativo) do filme. É realmente impressionante vê-los em cena, cada espécie com suas peculiaridades, mas todos plasticamente poderosos. Colin Trevorrow, o diretor, conseguiu realizar um ótimo trabalho, que consistia basicamente em organizar todas as tramas desta nova história e ainda criar uma atmosfera de homenagem à Jurassic Park, o filme que deu origem a tudo isso.
Jurassic World
As tramas e sub-tramas do filme foram, em grande parte, eficientes. O romance entre Owen e Claire rendeu boas e engraçadas cenas, além de um final desejado por todos. Claire, por sinal, esteve presente em outras histórias periféricas, como a relação dela com a irmã, que resultou na ida de seus dois sobrinhos ao Jurassic Park. Os meninos, que estão prestes a ver seus pais separados, protagonizam outra parte da trama, esta sem tanto poder narrativo, mas que não prejudica em nada o resultado final.
Dá para perceber que a produção foi bem eficiente em criar um universo dentro de Jurassic World – O Mundo dos Dinossauros. Se você gosta de aventura, se gosta de romance, se gosta de tensão, de drama… o filme contempla com as suas variadas sub-tramas os mais diversos tipos de espectadores. Claro que os mais felizes serão os amantes de filmes de dinossauros, pois estes verão incríveis e quase perfeitos seres desta espécie.
Jurassic World merece todos os recordes que vem quebrando. Com uma história eficiente, que traz até questões morais e filosóficas para serem debatidas, o filme diverte e deixa o espectador tenso do início ao fim. Chris Pratt merece um destaque especial, por sua atuação que deixa marca e o torna peça imprescindível para uma futura sequência, que certamente virá.
E certamente assistiremos.
Luis Fernando Pereira é crítico cultural e editor/administrador do site