Crítica

Crítica Little Boy: o limite entre o emocional e o dramalhão foi ultrapassado

Little Boy

“Talvez pela necessidade de apelar tanto para as lágrimas dos presentes na plateia, muito da qualidade daquele conto infantil e da beleza de sua narrativa se perca”

Por João Paulo Barreto

Ao final da sessão de Little Boy, comentei com um amigo ao lado que, talvez, tenha tido um aumento considerável da quantidade de açúcar no sangue após aqueles 100 minutos de filme. A piada, apesar de não fazer total justiça ao longa dirigido por Alejandro Monteverde, resume o sentimento que pode atingir o espectador mais atento quando os créditos começarem a subir.

Talvez pela necessidade de apelar tanto para as lágrimas dos presentes na plateia, muito da qualidade daquele conto infantil e da beleza de sua narrativa se perca. Criando uma tocante história que se baseia de forma eficiente na relação entre pai e filho, o roteiro escrito pelo próprio diretor e por Pepe Portillo alcança bons resultados ao brincar com a imaginação das crianças no ponto em que insere as aventuras imaginárias de seu protagonista como ilustrações reais de sua mente inventiva.

Na história, o pequeno Pepper, o little boy do título, sofre bullying de todos os lados por conta de sua estatura incomum para uma criança de sua idade. Muito ligado ao pai, tem seu mundo despedaçado quando este é convocado no lugar do seu primogênito para servir na Segunda Guerra Mundial. Em uma atuação convincente, o garotinho Jakob Salvati, com seu olhar curioso e fala inquiridora, domina, de fato, os melhores…

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