Crítica

Crítica Lolo – O Filho da Minha Namorada: filme erra na comédia e acerta na reflexão

Lolo – O Filho da Minha Namorada

“Como uma obra que se propõe a discutir justamente essa ideia de filhos adultos dependentes emocionalmente de seus jovens pais, Lolo consegue gerar uma boa reflexão no espectador”

Por João Paulo Barreto

Há duas formas de se analisar Lolo – O Filho da Minha Namorada. A primeira reside no fato da ineficiência da obra como comédia de costumes. Em seu roteiro, Julie Delpy até se esforça para criar boas piadas na abordagem do efeito da meia-idade em mulheres que já chegaram ao 45 anos. Isso é perceptível nas conversas que ilustram desde a falta de sexo passando pelos…, não, é somente sobre sexo que a personagem de Violette (vivida pela própria diretora) e suas amigas conversam.

O outro modo de abordagem do longa demonstra-se mais eficiente. Nele, somos familiarizados com o nível de sociopatia que a dependência materna exagerada pode causar em um adulto (quase adolescente ou quase criança, se analisarmos bem) de vinte anos. Na realidade, o filme se concentra em uma série de momentos nos quais o espectador testemunha as doentias tentativas que Lolo (vivido por um irritantemente blasé Vincent Lacoste) tem de prejudicar a vida de Jean-René, o novo namorado de sua mãe, Violette.

Neste aspecto, como uma obra que se propõe a discutir justamente essa ideia de filhos adultos dependentes emocionalmente de seus jovens pais.

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