Dirigido e roteirizado por Ol Parker. Baseado em Mamma Mia! de Catherine Johnson. Elenco: Christine Baranski, Pierce Brosnan, Dominic Cooper, Colin Firth, Andy García, Lily James, Amanda Seyfried, Stellan Skarsgård, Julie Walters, Cher, Meryl Streep
O musical Mamma Mia! conquistou os fãs em 2008 quando a protagonista Sophie (Seyfried), prestes a casar com o seu então namorado Sky (Cooper), tenta descobrir quem era de fato o seu pai biológico e acabou encontrando três candidatos: o sueco Bill Anderson (Skarsgård), o irlandês Sam (Brosnan) e o britânico Harry (Firth). Nesta nova sequencia, por sua vez, retornamos ao tempo para acompanhar a jornada de como Donna (Streep) acabou nas ilhas gregas conhecendo seus pretendentes até os momentos iniciais da maternidade, ao mesmo tempo em que, no tempo presente, a protagonista enfrenta alguns problemas com seu marido e a abertura do hotel renovado que uma vez pertenceu à sua mãe.
O longa retorna com as mesmas cores vibrantes da fotografia, enaltecendo um mundo cheio de amor, nostalgia e muitas risadas. Definitivamente, as cores rosa e azul em tons mais claros predominam justamente com a intenção de causar esse efeito no espectador. As músicas são contagiantes e o clima é de festa. Contudo, a melhor parte indubitavelmente é a conexão entre mãe e filha que permeia toda a narrativa. Sophie, vivenciando a primeira fase da gravidez, se depara com grandes descobrimentos sobre Donna, fazendo surgir os mais belos sentimentos da relação entre ambas e que, evidentemente, são relacionáveis com qualquer família. O mérito certamente está não somente na atuação de Seyfried e de Streep, mas principalmente na atuação das versões adolescentes dos personagens, os quais conseguem captar a essência da personalidade de cada um com maestria. Por conseguinte, mantém o espectador entretido durante as duas horas.
Por outro lado, é possível perceber que o roteiro de Parker não evoca nenhuma nuance que amplie o universo dessa família, nenhuma novidade, principalmente pela pessimamente trabalhada avó de Sophie, interpretada por Cher. Há muitas perguntas sem respostas acerca do relacionamento entre esta e Donna, o que torna a mera presença do personagem completamente descartável. Além disso, não temos noção do que a elipse temporal fez com a relação entre Sophie e os pais ou até mesmo sua vida com o marido Sky, já que a gravidez da protagonista é muito tardiamente revelada.
Neste sentido, o fato de que a narrativa se prende muito às questões do passado, há uma ausência de conflito no tempo presente da diegese, ou pelo menos de um empecilho desenvolvido e trabalhado tempo suficiente para que possamos especular o destino dos personagens. A título de exemplo, podemos mencionar a prévia ausência de dois pais que é resolvida de maneira abrupta e clichê, assim como a resolução vazia e repentina de um problema bastante sério entre Sky e Sophie, desenvolvida em literalmente cinco segundos. Os problemas relacionados ao hotel são resolvidos no mesmo tempo.
Portanto, Mamma Mia! Lá Vamos Nós de Novo é o resultado de mais um filme que é maravilhoso em seu formato, mas é uma pena que seja tão vazio de conteúdo, perdendo uma perfeita oportunidade de conhecermos mais seus personagens tão queridos.